Os clientes da agência bairro Jardim do HSBC na Avenida Dom Pedro II, em Santo André, esperaram cerca de 40 minutos, em média, para receber atendimento nos caixas presenciais, na tarde de ontem.

As leis municipais 7.774 e 8.753 preveem limite de espera, em vésperas de feriados e dias de pagamentos, de 30 minutos. E o Decreto 15.757 regulamenta as duas determinações.

"Sou cliente premier, tive que esperar 45 minutos para ser atendido e só tinha um caixa funcionando. O meu tempo para fazer outras coisas é muito importante", desabafou um consumidor, que não quis ser identificado.

Com uma senha de atendimento no guichê, a equipe do Diário aguardou por uma hora e quatro minutos para ser chamada. Constatou ainda que apenas duas funcionárias faziam o atendimento geral, tendo em vista que há quatro guichês (um vazio). Os clientes se espalharam pela agência apoiados em móveis e balcões, pois não havia cadeira suficiente. Muitos reclamavam e desistiram do atendimento.

Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários do Grande ABC responsável pelo HSBC, Belmiro Moreira, o problema é reflexo dos cortes que o banco realizou desde 2012. "No ano passado, foram 950 demissões no Brasil e 80 no Grande ABC. Neste ano, ainda não fechamos, mas gira entre 20 e 30." A entidade tem reunião marcada com a instituição, na terça-feira, para discutir a possibilidade de recontratação e melhoria nos atendimentos aos clientes.

Compromisso previsto em autorregulação do setor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também prevê tempo máximo para atendimento. Utilizado como base para fiscalizações dos procons, a regra estabelece 30 minutos como tempo de espera pela chamada em guichês, no período de mais movimento nas agências, de 1º a 10 de cada mês. "O caso em questão será avaliado para aprimorar o atendimento aos consumidores, clientes e usuários de seus produtos e serviços", afirmou, em nota, o HSBC.

Segundo o Decreto 15.757, os consumidores devem denunciar o descumprimento do período limite de atendimento, na Praça de Atendimento ao Munícipe no Paço, munidos dos comprovantes do período de espera. As multas, aplicadas pela Prefeitura, podem atingir até R$ 1.126 e, após a quinta reincidência, a suspensão do Alvará de Funcionamento da agência.