Internacional Titulo Bagdá
Atentado suicida deixa 18 mortos e 80 feridos na capital do Iraque

O ataque com carro-bomba provocou o desabamento do Instituto Forense do governo, segundo o governo

Da AFP
26/01/2010 | 08:16
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Dezoito pessoas morreram em um atentado suicida em Bagdá no dia seguinte a uma série de ataques contra hotéis, prova da capacidade dos insurgentes de efetuar operações sofisticadas, apesar da segurança reforçada.

Um terrorista suicida que conduzia um carro-bomba jogou seu veículo contra o Instituto Médico Legal da capital, situado no bairro central de Karrada, que desabou, indicou uma autoridade do Ministério do Interior.

Cinco policiais que faziam a segurança da entrada do instituto e 13 civis morreram, segundo a mesma fonte. Oitenta pessoas ficaram feridas.

O terrorista conseguiu passar pela segurança do bairro, já atacado na véspera, onde as barreiras e os postos de controle eram muitos.

"O prédio desabou pouco depois da explosão. Dezenas de funcionários trabalhavam no instituto", acrescentou a autoridade, que não quis se identificar. A fonte assegurou que os serviços de socorro tinham retirado dos escombros apenas pessoas feridas.

Essa foi a terceira vez que o instituto, situado em uma rua comercial, foi atingido.

Os episódios de violência ocorrem em meio à polêmica sobre a eficácia dos detectores de explosivos comprados de uma empresa britânica e bastante utilizados pelas forças de segurança iraquianas.

O governo britânico proibiu novas exportações, enquanto as autoridades de Bagdá iniciaram uma investigação.

A capital já havia sido atingida na segunda-feira por uma série de atentados coordenados contra hotéis que deixou 36 mortos e 71 feridos.

Os insurgentes provaram mais uma vez que podem atacar o coração de Bagdá, apesar do aumento das medidas de segurança, estipulado após os atentados espetaculares cometidos nos últimos meses contra símbolos do poder iraquiano.

Com alguns minutos de intervalo, os terroristas explodiram seus micro-ônibus próximo dos hotéis Palestina, no bairro de Abu Nawas, Babel, em Karrada, e Hamra, em Jadriya, no sul da capital.

Os hotéis Palestina e Hamra abrigaram a imprensa estrangeira em Bagdá antes e durante a guerra de 2003. Os três estabelecimentos são frequentados atualmente por alguns jornalistas, empresários iraquianos e estrangeiros, e recebem fóruns econômicos.

Esses ataques foram praticados a menos de dois meses das eleições legislativas, previstas para 7 de março, e representam um novo duro golpe para o primeiro-ministro Nuri al-Maliki e sua coalizão.

Eles lembram os ataques que tiveram como alvos símbolos do Estado iraquiano em agosto, outubro e dezembro e deixaram mais de 400 mortos no total.

Maliki acusou uma coalizão formada por antigas autoridades do partido de Saddam Hussein, o Baath, e membros da Al-Qaeda de serem responsáveis pelos atos de violência.

O embaixador americano no Iraque Christopher Hill condenou "firmemente" em um comunicado publicado nesta terça-feira os atentados da véspera e se disse "confiante" na capacidade dos iraquianos de enfrentar a escalada da violência.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown condenou "totalmente" os atentados, considerando que a violência não tinha "lugar no futuro do Iraque", enquanto que Paris assegurou que o país "vencerá o combate contra o terrorismo".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos iraquianos que "se mantenham no caminho da reconciliação, apesar dos atentados, principalmente com os preparativos para as próximas eleições."




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