As declarações do senador tucano Sérgio Guerra (PE) de que o PSDB está à esquerda do PT foram tratadas com ironia pelo coordenador do programa de governo petista na sucessão presidencial, o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "Tive uma crise de identidade", brincou Garcia na manhã de ontem. "O PSDB não é um partido de direita", definiu.
Garcia disse que há pessoas de esquerda no PSDB e que admira "alguns artigos" do economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira.
Presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, comparou a posição de seu partido em relação ao PT, em entrevista à revista Veja, desta semana. O senador revelou que, se a oposição chegar ao poder, haverá mudança na política econômica e que a ação será rápida e objetiva.
Sem detalhar as iniciativas, Guerra falou em mudança na taxa de juros, na política cambial e nas metas de inflação. Também citou, no caso de vitória do governador tucano José Serra, investimentos mais efetivos em Infraestrutura, Educação e Saúde e a manutenção do Bolsa Família. Na entrevista, Guerra afirmou que o PT "já foi" de esquerda e se transformou "num partido populista".
FAZ-ME RIR - Marco Aurélio Garcia disse que "dá até vontade de rir" ver o presidente do PSDB falar em redução da taxa de juros. Em relação ao câmbio, questionou: "A política cambial que ele (Guerra) defende vai ser diferente do Fernando Henrique Cardoso em oito anos de governo? O câmbio para nós não é âncora, está ligado ao câmbio flutuante. No governo Fernando Henrique, a desvalorização do real era um princípio fundamental". O assessor internacional da Presidência destacou a prioridade do governo Lula para os programas sociais.
"A grande verdade é que em nenhum momento do governo Lula foram sacrificadas políticas sociais em nome da estabilidade. Nas últimas eleições, Sérgio Guerra e seu partido se queixavam que o salário-mínimo tinha subido demais. Guerra deveria cuidar da reeleição dele, que está muito difícil", reagiu Garcia.
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