A indústria automobilística brasileira alcançou em março o recorde histórico da produção de veículos para esse mês, com 319 mil unidades (de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) fabricadas, de acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Isso representa crescimento de 3,4% ante o volume do mesmo mês de 2012 e expansão de 39,2% na comparação com fevereiro.

A quantidade grande de veículos saindo da linha de montagem, o que fez com que os estoques de carros se mantivessem em alta nos pátios das empresas e nas concessionárias, foi um dos argumentos usados pela Anfavea para que o governo prorrogasse, até o fim do ano, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para o setor.

Em março, apesar do crescimento de 20,8% nas vendas de zero-quilômetro em relação ao mês anterior, o total de veículos estocados chegou a 330.545, o que corresponde a 35 dias para comercialização no ritmo atual do mercado. É mais do que o registrado em fevereiro, quando eram 310.312 unidades - embora com maior número de dias para desova (39 dias).

Havia também a avaliação da Anfavea de que se houvesse a retirada do desconto no imposto para os carros - como estava previsto pelo governo federal em medida anunciada no fim do ano passado - seria difícil alcançar a projeção de crescimento de 3,5% a 4,5% em carros novos licenciados em 2013 frente a 2012. "É importante manter o IPI dessa forma (atualmente, para os carros 1.0, cobra-se alíquota de 2%, que subiria para 3,5% a partir deste mês e em julho, voltaria aos 7%). A indústria automobilística representa 23% do PIB industrial (ou seja, a soma das riquezas produzidas pelas indústrias no Brasil)", destacou o presidente da associação, Cledorvino Belini.

INOVAR-AUTO - Deve sair nos próximos dias a regulamentação do Inovar-Auto, programa do governo que se destina a dar mais competitividade à cadeia produtiva automotiva nacional, com a elevação de impostos para montadoras que não cumprirem com requisitos de conteúdo nacional (compras de autopeças no País) em etapas da fabricação (que podem abranger ferramentaria, estampados, peças plásticas e outras).