Internacional Titulo Violência
Exército israelense mata palestinos em Gaza e na Cisjordânia
Da AFP
26/12/2009 | 12:14
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Três palestinos, militantes do Fatah e suspeitos de envolvimento no assassinato na quinta-feira de um colono israelense, morreram em uma ação do Exército israelense neste sábado em Nablus, o que aumenta os temores de retorno da violência a Cisjordânia.

Em outro incidente, três palestinos foram mortos quando soldados israelenses abriram fogo na Faixa de Gaza.

A Autoridade Palestina do presidente Mahmud Abbas denunciou uma "perigosa escalada da violência" da parte de Israel que, no seu entender, compromete a segurança e a estabilidade instaurada nos últimos dois anos pelos serviços de segurança palestinos nos territórios ocupados pelo Estado hebreu.

Em Nablus, Ghassan Abu Sharkh (40 anos), Raid Al-Surakji (40) e Anan Subuh (31) foram mortos pelas forças especiais israelenses que entraram no início da manhã de sábado na área histórica de Nablus, uma zona autônoma palestina na Cisjordânia. Uma mulher ficou ferida.

"São os três terroristas que executaram na quinta-feira passada o atentado com arma de fogo que matou um israelense, um colono de 45 anos, na mesma região", declarou à AFP uma porta-voz do Exército hebreu.

"Com base em informações precisas do Shin Beth (serviço de segurança interno israelense), nossas forças cercaram três casas em Nablus, onde os terroristas estavam entrincheirados e os eliminaram", acrescentou a porta-voz.

Anan Subuh era um ativista das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, grupo armado vinculado ao Fatah, o partido de Abbas. Os outros dois eram militantes do Fatah, segundo uma fonte dos serviços de segurança palestinos.

Segundo a porta-voz militar israelense, os três palestinos tiveram envolvimento em atentados contra Israel e foram encontradas armas nas casas.

Não houve troca de tiros. Os soldados israelenses chegaram a bordo de dezenas de veículos e às 8h locais (4h de Brasília) deixaram a região.

De acordo com as famílias, os três palestinos foram mortos a sangue frio, sem advertência. Foram sepultados poucas horas depois na presença de milhares de pessoas, enquanto se decretou uma greve de 24 horas em Nablus.

Na quinta-feira, um colono israelense, professor de uma escola religiosa e pai de sete filhos, foi encontrado morto dentro de seu veículo, que tinha várias marcas de tiros, em uma estrada entre as colônias judaicas de Einav e Shavei Shomron, perto de Nablus.

O ataque com armas automáticas foi reivindicado pelo grupo Imad Mughnieh das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o braço armado do Fatah.

Os atos de violência na Cisjordânia - após mais de dois anos de relativa calma - acontece em um momento de grande tensão entre palestinos e colonos israelenses na região de Nablus.

No incidente da Faixa de Gaza, três civis palestinos foram mortos a tiros por soldados israelenses quando recolhiam metal perto da barreira de segurança que separa o enclave palestino de Israel.

Fontes militares israelenses afirmaram que os três se preparavam para cometer um atentado terrorista em Israel. O movimento radical Hamas - rival do Fatah -, que controla a Faixa de Gaza, atribuiu em um comunicado a responsabilidade das mortes à ocupação israelenses e culpou a Autoridade Palestina, e seus serviços de segurança, de cooperar com Israel.




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