Economia Titulo Boa expectativa
Bancos pequenos puxarão consolidação em 2010
25/12/2009 | 07:14
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A compra do Unibanco pelo Itaú em novembro de 2008 encerrou uma etapa da consolidação bancária no Brasil na qual instituições grandes adquiriram concorrentes do mesmo porte. Segundo especialistas, tal operação aumentou a já elevada concentração do setor no País, o que deve levar bancos grandes a tentarem comprar participações de instituições médias e pequenas em 2010.

Devido às boas perspectivas de crescimento do Brasil para os próximos anos, fomentado em boa parte pela alta da concessão de crédito na economia, deve custar bem caro para os bancos grandes assumirem o controle das instituições menores.

Na avaliação do professor titular de Finanças da USP em Ribeirão Preto, Alberto Borges Matias, como apenas seis bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) administram 80% dos ativos totais do sistema financeiro nacional, a tendência no curto prazo é de que as instituições líderes busquem associações com bancos menores.

Para o professor de finanças do Insper Ricardo Almeida, os bancos de maior porte devem procurar participações em nichos de mercado especializados na liberação de crédito, como a concessão de financiamentos para a compra de veículos e imóveis, além do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e consignado. Segundo ele, a liberação destas linhas de empréstimos tende a aumentar com o incremento do PIB, que pode atingir crescimento médio de 5% nos próximos quatro anos.

CLIENTES - O movimento de concentração entre os bancos não deve gerar benefícios vigorosos para os clientes no curto prazo em relação à queda dos juros de diversas linhas de financiamento, segundo especialistas.

Alguns deles, como Paulo Sérgio Dortas, um dos sócios da Ernest & Young, acreditam que as taxas de juros deveriam cair com o ingresso de instituições estrangeiras que ainda não têm presença firme no território nacional.

O professor de Finanças da USP em Ribeirão Preto Alberto Borges Matias, contudo, não acredita que outros bancos estrangeiros conseguirão se estabelecer no País no médio prazo. Para ele, o sistema financeiro no Brasil já está bastante concentrado e requer um nível de conhecimento sofisticado do mercado, o que dá vantagem comparativa às instituições que já operam aqui há vários anos.




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