Cultura & Lazer Titulo Fim de Ano
Rei encerra maratona com especial
17/12/2009 | 07:00
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A imersão pelos 50 anos de carreira de Roberto Carlos é satisfação garantida. E em 2009 ela foi à exaustão. Foram 40 shows. Na noite de anteontem, chegou ao 41º. Com tanta bagagem, gravar o especial de fim de ano da TV Globo seria apenas o encerramento de um ano glorioso. Na semana passada, porém, seus fãs se assustaram: a gravação, marcada para quinta-feira passada, seria adiada em virtude de uma contratura muscular lombar. Era o início de uma pequena turbulência.

O show foi remarcado e consumado anteontem no Ginásio do Ibirapuera. Apesar do clima aparentemente tranquilo, nos bastidores predominava a tensão, desde os ensaios, de que as dores voltassem. Mas com pouco mais de uma hora de atraso, às 22h15, RC subiu no palco todo sorridente. E, de sua parte, nada deu errado. Manteve-se seguro e correspondeu às expectativas das fiéis fãs.

É sempre emocionante, aliás, a devoção delas. Aos versos, elas respondem com acenos, gritos e lágrimas. Os poucos eles da plateia fazem papel de maridos traídos por um dia.

Mas havia um diferencial na noite. Era especial e, logo, com convidados. A primeira foi a cantora Ana Carolina. Ele quis saber "quando seu palco ia encostar na tua". Era a deixa para realizar o dueto em "Encostar na Tua", de Ana. Depois, emendaram "Como Vai Você", dele, num resultado apenas regular. Após "Detalhes" e "Outra Vez", o Rei lembrou que muitos, como ele, não assistiriam Viver a Vida. E, adivinha, fez "A Mulher que Eu Amo", tema de Marcos (José Mayer) e Helena (Taís Araujo), com melosas cenas do casal no telão.

E já que estava em TV, chamou o sertanejo Daniel, que fez ponta na novela Paraíso, protagonizou o longa "O Menino da Porteira" e, ah, também é cantor. Sozinho, lembrou (por quê?)" Estou Apaixonado", da época em que era dupla com João Paulo, morto em 1997. E, com o Rei, cantou "Quando Quero Falar com Deus".

Até então, tudo ok. Roberto seduziu elas com Do Fundo do Coração e Proposta. Depois, retomou o tema novela. Disse que é "noveleiro profissional" e que em 2009 "uma personagem fez o Brasil inteiro se apaixonar por ela". E surgem cenas de Norminha, a personagem fogosa de Dira Paes em Caminho das Índias. "Que ano maravilhoso", ela surge num longo... Azul!

Roberto pergunta se a atriz gosta de cantar. "Só no chuveiro", retribui. Mas, lembrou ele, "o chuveiro não deu para trazer". E, à vontade, ela sugere que Norminha cantaria Cama e Mesa.

Foi o ápice - e justo com aquela que não é cantora. Ao final, trouxe o copinho de leite que usava para fazer Abel dormir e arrancou gargalhadas. O Rei não se fez de rogado: colou na atriz para dançar de rosto colado um trechinho de "Você Não Vale Nada".

Mas aí convidaram o forró eletrônico do Calcinha Preta.Após executarem na íntegra o hit da novela, o grupo quis cantar com Roberto "Eu Amo Demais". "Jamais imaginei essa música nessa levada", disse o Rei. Nem deveríamos ter imaginado, caro RC. Foi uma morte à canção, que, recomenda-se, nem seja levada ao ar - a não ser para atestar o desconforto da plateia e do próprio Roberto.

A viagem, que vinha sem sobressaltos, atingiu ali uma turbulência daquelas de recorrer ao saquinho da poltrona. A par projeções cafonas, foi o maior erro da noite. Nem o medley da Jovem Guarda e a saideira com "Como é Grande o Meu Amor Por Você" e "Jesus Cristo" curou a ressaca - aquela que provavelmente você vai estar dia 25 após a ceia de Natal, e quando a Globo exibe o tal especial.




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