Nos dias 20 e 21 de outubro, a cantora inglesa Sarah Brightman esteve em São Paulo, cantando no Credicard Hall. Pouco antes do seu segundo show, às 20h, um grupo de 20 fãs começou a se aglutinar na entrada da casa de espetáculos. Às 21h, eles iniciariam aquilo que os agentes de Sarah batizaram de Backstage Experience.

Tratava-se do seguinte: cada um dos fãs desembolsaria, no ato, US$ 300 (cerca de R$ 540)para fazer uma espécie de "safári pelo camarim". Como guia, ia à frente a própria artista.

O Safári de Camarim (ou Backstage Tour, como preferem os astros) tornou-se uma das múltiplas formas que os artistas internacionais encontraram para (em tempos de crise fonográfica) "engordar" os seus orçamentos. Formou-se um mercado
paralelo ao de música e do merchandising. Artistas como Backstreet Boys, Keith Urban, Miley Cyrus e Yanni já aderiram. O cantor new age Yanni cobra US$ 40 só para o fã ingressar no seu fã-clube, e mais um tanto para participar das promoções. Grupos como Dream Theater e Simple Plan cobram uma boa grana para os fãs assistirem às passagens de som.

Não é comum o próprio artista se ocupar dessas promoções, apenas participar dela. Na maior parte do tempo, são coordenadas pelos fãs-clubes, e só quem paga a taxa de adesão pode participar delas, assim como ser notificado de sua existência e prazos. Jon Bon Jovi tem um sistema, o Backstage JBJ, que custa entre US$ 80 e US$ 180, e que dá direito, entre outras coisas, ao Safári pelo Camarim e também a ocupar a primeira fila dos concertos do astro.

Entre os artistas que estão a caminho do Brasil, alguns já se utilizam dessas estratégias - no entanto, não informam ainda se ela será válida para a turnê latino-americana. Por exemplo: para integrar o fã-clube da cantora Beyoncé, que vem em fevereiro, o admirador deve pagar US$ 30, o que inclui Meet & Greet Opportunities.