Numa sessão ociosa, em que as discussões ficaram concentradas no fechamento de unidade escolar para portadores de necessidades especiais (veja matéria na capa de Setecidades), a Câmara de São Bernardo empurrou a votação do Orçamento 2010 para segunda-feira.

Não houve consenso entre as bancadas adversárias, que divergem sobre margem de remanejamento dos R$ 2,9 bilhões a que terá direito o prefeito Luiz Marinho (PT). Não houve, porém, esforço - como em ocasiões anteriores - para chegar a acordo.

A bancada contrária à gestão petista mantém oposição firme e quer aprovar emenda de 5% para o remanejamento da verba prevista para ano que vem. "Nós queremos votar. Não colocam a proposta, porque acham que vamos ceder. Isso não vai acontecer", observou Admir Ferro (PSDB).

Ary de Oliveira (PSB) criticou a margem de 30% pretendida pelo governo. "Não concordamos. Não há necessidade de tudo isso", ressaltou o socialista.

O argumento da oposição é que a peça orçamentária foi elaborada pelos técnicos da atual administração - a que está em vigência foi feita pela gestão anterior de William Dib (PSDB - 2002 a 2008) - e que foram realizadas 29 audiências públicas com a população, que opinou na destinação dos recursos.

Assim, a divisão dos investimentos deveria estar em sintonia com os anseios da sociedade e o percentual de possíveis alterações seria menor.

Mas nem mesmo consultas populares escaparam das críticas da oposição. "Quero saber em qual plenária o povo pediu o museu do trabalhador, ao custo de mais de R$ 20 milhões", indagou Admir Ferro. "Já a municipalização de 5ª a 8ª séries é demanda que não está contemplada no orçamento".

O presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), apresentou emenda de 20% de remanejamento, mas que não foi levada em consideração pelos oposicionistas.