A presença de uma produtora filmando os trabalhos da Câmara de São Bernardo ontem levantou o debate sobre a instalação da TV Câmara, que foi engavetado na legislatura passada. Mas o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), disse que o assunto não está em pauta.

A empresa UMTV Produções Culturais e Artísticas, com sede da Capital, esteve no Legislativo demonstrando seu modo de atuação, sem cobrar pelo serviço. A produtora atua nas câmaras de Santana do Parnaíba e Barueri, na Grande São Paulo.

Alguns vereadores ficaram surpresos ao verem o registro da sessão e questionaram Tião Mateus, que teve de se explicar. "Justifiquei que a empresa esteve aqui para mostrar como ela trabalha. No momento não há nenhuma conversa por parte da mesa diretora para contratar (transmissão das sessões via) televisão", disse.

O chefe do Legislativo argumentou que só discutiria a implantação da TV Câmara se os 28 parlamentares demonstrarem interesse na transmissão das plenárias.

"Não há problema em discutir isso com os vereadores se eles julgarem necessário. Mas, para isso, teria que discutir com o departamento financeiro para ver se cabe no Orçamento da Câmara", ressaltou o petista.

PROJETO ENGAVETADO

A implantação de uma TV Câmara em São Bernardo foi iniciativa do ex-presidente do Legislativo Otávio Manente (PPS, que morreu em abril de 2011), mas o processo foi suspendo pela Justiça.

A 12ª Promotoria da cidade determinou a suspensão do processo de contratação de empresa para implantar o sistema.

A justificativa do Ministério Público para suspender o edital de implementação do sistema foi que Manente teria ignorado proposta de transmissão gratuita da TV ABCD, de São Bernardo.

A intenção do popular-socialista era contratar a Fundac (Fundação para o Desenvolvimento das Artes e Educação) por R$ 4,9 milhões por ano, pela transmissão de quatro horas diárias de programação.