Parlamentares não assinam requerimento solicitando apuração
dos contratos da obra do prédio da Câmara de São Bernardo
A contratação de uma empresa para avaliar os contratos da reforma da Câmara de São Bernardo motivou mais uma polêmica na Casa. As bancadas de PT e PSDB, adversárias históricas, se uniram e não assinaram o requerimento protocolado pelos vereadores Fábio Landi e Rafael Demarchi (ambos do PSD) pedindo agilidade na contratação da companhia para fazer pente-fino nos contratos da obra, orçada inicialmente em R$ 28,4 milhões, mas que será concluída em R$ 35 milhões.
Fato semelhante ocorreu em 13 de março, quando os petistas não assinaram requerimento do parlamentar Pery Cartola (PPS) pedindo detalhamento sobre a construção, idealizada pelo ex-presidente da Câmara, Hiroyuki Minami (PSDB). Na semana anterior, a peça recebeu assinaturas do grupo petista, embora a votação tenha sido adiada.
Na ocasião, a oposição acusou vereadores do PT de blindar Minami, alegando que a mudança ocorreu após a visita do tucano e o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) ao prefeito Luiz Marinho (PT).
Fábio Landi conseguiu apenas dez assinaturas, das 15 necessárias para o requerimento ser votado em plenário. Ele criticou a postura dos parlamentares. "A população quer transparência no uso do dinheiro público."
Líder da bancada do PT, Paulo Dias avaliou que a auditoria não é necessária. "Só vai gastar mais dinheiro, o que é desnecessário", disse o petista, um dos principais críticos da intervenção no prédio do Legislativo. "Fui contra desde o início a essa construção, tanto que protocolamos pedido de apuração do Ministério Público, mas não tivemos resposta", alegou.
O presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), que já avaliava a abertura de licitação para contratação de empresa para realizar a auditoria, afirmou que não se sente pressionado pelo requerimento de Fábio Landi.
"Não tem ninguém pressionando. Quase todos os vereadores reconhecem que a contratação de uma empresa para a auditoria nos dá segurança", disse.
O petista vislumbra gastar pelo menos R$ 50 mil para realizar a apuração. Segundo ele, a abertura de licitação para contratar uma empresa para realizar a auditoria "não é um ato isolado da mesa diretora da Câmara".
TENTATIVA FRUSTRADA
Essa não é a primeira vez que Fábio Landi se posiciona de maneira crítica à construção do novo prédio da Câmara, mas sem conseguir seu objetivo.
Em dezembro 2011, o pessedista tentou criar uma comissão provisória para acompanhar a construção, mas a proposta não avançou.
Minami então designou Marcelo Lima (PPS), que presidia a comissão permanente de fiscalização de contratos e convênios, para acompanhar a construção. Porém, o trabalho também não surtiu efeito. O popular-socialista pediu a contratação de uma empresa especializada para ajudá-lo. O tucano não autorizou o auxílio.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.