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Agências de turismo vendem 15% a mais
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/12/2009 | 07:06
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A estabilidade da economia nacional aliada à desvalorização do dólar são um prato cheio para as agências de turismo. Muita gente que adiou as viagens de Natal, Ano-Novo e férias de janeiro no ano passado por conta da crise econômica, que se encontrava em seu auge, aproveitou as condições atuais favoráveis para tirar uma folga.

No Grande ABC, as operadoras de turismo contam que obtiveram crescimento médio de 15% em relação ao mesmo período de 2008. "A crise me afetou até março. Depois disso, entre junho e julho, os clientes sumiram por conta da gripe suína. E é esta demanda reprimida que resulta em uma procura maior no fim do ano", conta Manuel Nogueira, proprietário da JVS Turismo, de São Caetano, que obteve 16% de incremento nos negócios.

Para se ter uma ideia, um pacote de quatro dias para Buenos Aires, na Argentina, em um hotel quatro estrelas e café da manhã incluído, durante o Ano-Novo, teve seu preço mantido em US$ 730. Porém, com o dólar turismo atual, de R$ 1,83, essa viagem sai por R$ 1.335. No ano passado, com a moeda a R$ 2,66, saía por R$ 1.941; diferença de R$ 606.

"Para o Réveillon está tudo lotado, seja para Argentina ou Chile, destinos tradicionais para a data. O curioso é que o fator dólar não anulou o mercado nacional; tem muita gente indo para o Nordeste, especialmente para os resorts", relata Nogueira, que também está vendendo bastante para Espanha, França, Itália, Áustria e República Theca.

A proprietária da BBL Turismo, de Santo André, Nilce Bubula, conta que o movimento está ótimo, tanto que já tem gente comprando para o Carnaval.

Os destinos mais comercializados para o fim do ano foram Disney, República Dominicana, Turquia, Mendoza, Buenos Aires e Nordeste. Embora não revele quanto está vendendo, Nilce afirma que 40% são para cruzeiros nacionais, 35% para viagens internacionais e 25% para o Nordeste, especialmente resorts.

A BBL registrou acréscimo de 15% na comercialização de pacotes para o fim do ano.

CORPORATIVO - A Rickatur Viagens, de São Bernardo, tem em seu forte vendas para o mercado corporativo. Segundo o diretor Thiago Marques, as viagens duplicaram após a crise. "Tudo o que as empresas estavam segurando, agora estão retomando com intensidade muito maior. Tanto que, no ano, já obtivemos crescimento de 40% em relação a 2008", ressalta.

De outubro para cá, a procura foi elevada em 25%, e as vendas concluídas, em 10%.

Entretanto, a Rickatur atua também com viagens de lazer, aproveitando o período de férias das instituições. "Acabamos fechando pacotes de férias para os executivos que viajam conosco, e este segmento registrou aumento de 18% nos últimos três meses, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Rotas externas ficam mais acessíveis

A relações públicas Dannielle Pereira, 27 anos, aproveitou o dólar baixo para realizar um sonho: conhecer a capital vizinha Buenos Aires.

"Estava cogitando passar o Réveillon no Sul ou em alguma cidade do Nordeste, mas quando vi que o dólar estava abaixo dos R$ 2, não pensei duas vezes", conta.

Aproveitando também a vantagem sobre a moeda argentina - hoje, um peso equivale a cerca de R$ 0,50 -, Dannielle desistiu de ficar em albergue para dividir o aluguel de um apartamento com duas amigas, onde ficará por uma semana.

"Com o que vamos gastar na viagem toda, seria quase o valor de uma passagem aérea para Salvador", compara.

Mesmo assim, viajar para o Nordeste não está tão caro, conta. "Aproveitei que as condições estão favoráveis e vou fazer uma surpresa a minha mãe. Eu e minha irmã vamos dar a ela de presente de Natal uma viagem de uma semana a Fortaleza, que vou começar a pagar somente em fevereiro, e em dez vezes." 




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