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Após chacina, comandantes são destituídos no sul das Filipinas

A chacina, ao que tudo indica um ajuste de contas,
deixou 57 mortos, entre jornalistas e políticos

Da AFP
27/11/2009 | 08:26
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Dois comandantes militares da região sul das Filipinas, onde no início da semana acontece uma chacina que matou 57 pessoas, foram destituídos nesta sexta-feira dos cargos, enquanto o principal suspeito de ordenar o massacre recebeu sete acusações.

O principal suspeito de ter ordenado a chacina, Andal Ampatuan Jr, filho do governador da província (Andal Ampatuan), foi detido na quinta-feira e negou responsabilidade no massacre, mas recebeu sete acusações de assassinato mútiplo, anunciou a secretária de Justiça do país, Agnes Devanadera.

"Ele era um dos que dava as ordens. Um dos que parou o comboio (das vítimas) e esteve entre os que mataram as vítimas", declarou Devanadera.

Testemunhas afirmaram ter visto um político filipino ordenar e participar na chacina de Maguindanao, sul do país, assim como soldados e policiais, informou a secretária de Justiça.

"Uma das testemunhas disse que ele era quem dava as ordens", declarou Devanadera ao canal televisivo GMA, em uma referência a Andal Ampatuan Jr.

Outras testemunhas afirmaram também ter visto soldados e policiais entre os mais de 100 homens armados que executaram a matança.

O pai de Ampatuan Jr era membro até esta semana da coalizão da presidente Gloria Arroyo.

Já os comandantes militares receberam ordem para retornar a Manila, onde serão investigados pelo papel na matança de segunda-feira, informou o porta-voz das Forças Armadas, Romeo Brawner.

"A decisão é efetiva a partir de hoje, para permitir uma investigação dos fatos imparcial e transparente, após as denúncias de que aconteceram falhas na segurança", declarou Brawner.

A chacina, ao que tudo indica um ajuste de contas entre clãs rivais, deixou 57 mortos, essencialmente jornalistas e políticos.

As vítimas, entre elas 22 mulheres, foram sequestradas e assassinadas na segunda-feira. Os corpos foram encontrados com marcas de tiros.

Devanadera também divulgou detalhes do massacre, afirmando que as mulheres assassinadas tinham marcas de tiros nas partes genitais, o que faz os investigadores acreditarem que foram estupradas antes da execução.

Na quinta-feira, na mesma região do país, um homem abriu fogo e matou um funcionário local do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Nestor Bulahan foi atingido em um ponto de ônibus da província de Maguindanao na manhã de quinta-feira e morreu no hospital pouco depois, segundo a polícia nacional filipina.

A porta-voz do Unicef nas Filipinas, Angela Travais, confirmou a morte de um funcionário do Fundo da ONU e disse que o incidente pode ter sido provocada por motivos particulares.




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