O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), conseguiu ontem aprovar em definitivo alteração na lei de zoneamento municipal. Área de interesse social do Jardim Itapark passou a ser de uso diversificado. Com isso, Mauá deixará de ter uma Santa Casa e ganhará um atacadão. A oposição questionou o fato de a área ter sido vendida mesmo antes da autorização da administração. Segundo eles, Oswaldo deu aval a projeto sem visualizar o todo da obra.

A mensagem anexada ao projeto afirma que a aprovação da mudança do zoneamento resultará na contrapartida de R$ 600 mil para o governo municipal. Segundo os parlamentares de situação, o empreendimento deve gerar mais de 800 empregos na cidade.

Vereadores reclamaram do fato de a proposta ter chegado ao Legislativo pouco mais de duas horas antes da votação de terça-feira. Com pressa para garantir a verba, a Prefeitura exigiu que fosse feita sessão extraordinária ontem. A oposição questionou. "Causa-nos estranheza termos sido comunicados da troca de donos pelo projeto. Não dá para aprovar da maneira como o prefeito tem conduzido isso. Não fomos respeitados" disse o oposicionista Manoel Lopes (DEM).

Alberto Betão Pereira Justino (PSB), também integrante da base contrária ao governo, apoiou a proposta petista, mas também reclamou. "Apoio a proposta, mas espero que o prefeito demonstre interesse pelo social, assim como faz com os empresários."

Ajuda - Sem quorum para aprovar a proposta, a sessão marcada ontem para as 14 horas começou com mais de uma hora de atraso. Precisando de 12 votos para emplacar o projeto, o presidente da Câmara chegou a cogitar o adiamento da sessão, mas a adesão do oposicionista Betão foi fundamental para que a alteração fosse feita. "Tivemos duas ausências (Admar José da Silva, o Edmar da Reciclagem - PSDB e Cincinato Freire - PSDC), mas Betão provou que faz uma oposição inteligente", defendeu Santana.

A base contrária ao governo não mostrou o mesmo entusiasmo do petista. Para amenizar os ânimos, Silvar Silva Silveira (PV) enalteceu a decisão de Betão na tribuna. "Ele não nos traiu, conversamos antes e ele nos disse que apoiaria a proposta, não há racha nenhum na oposição."

A Câmara também aprovou ontem o aumento do número de cargos para alterar número de cargos efetivos nas funções de arquiteto, mecânico, orientador social, pedagogo e psicólogo. A medida permite que o chefe do Executivo realize concurso em 2010 para corrigir o número de cargos comissionados no Poder Público.