Economia Titulo Fim de ano
Natal deste ano será da informática
15/11/2009 | 07:25
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O Natal deste ano será marcado pelo elevado volume de vendas de equipamentos de informática, prevê o economista responsável pela área de Varejo da consultoria Gouvêa de Souza, Luiz Góes. Pelas contas do analista, o segmento de informática deverá encerrar o ano mostrando um crescimento de 12%.

Góes fez esta previsão ao comentar a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) de setembro que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na sexta-feira, informando que as vendas do comércio varejista naquele mês cresceram 0,3% na comparação com agosto já com ajuste sazonais e 5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Pela PMC, até setembro as vendas do segmento de informática acumulam uma alta de 11,9%, o que mostra que daqui para o final do ano os números ficarão estáveis. "Mas trata-se de um grande avanço já que no ano passado já havíamos registrado taxas de crescimento de 30%. Isso significa que estamos crescendo sobre uma base de comparação bastante elevada", diz o especialista, para quem "o Natal deste ano será o da informática".

A confirmação dessa previsão será, na avaliação do analista, a coroação da retomada do crédito depois da escassez de liquidez provocada pela crise econômica a partir de meados de setembro do ano passado. Para as vendas em geral, a expectativa do economista da Gouvêa de Souza é de um crescimento de 5% a 5,5% no encerramento do ano.

Ele conta que, até o primeiro semestre, a consultoria mantinha em suas planilhas uma expectativa de crescimento das vendas de 4,5%. "Mas como o desempenho do varejo veio se mostrando cada vez mais positivo do que imaginávamos, resolvemos revisar para cima a nossa previsão", diz o economista.

Góes discorda da corrente de analistas do mercado que avalia a desaceleração do ritmo das vendas em setembro comparativamente a agosto, de 0,70% para 0,30%, como um movimento de acomodação.

Para ele, se olhar apenas na comparação com agosto, "quando as pessoas começam a se preparar para o final do ano, trata-se de um comportamento pouco histórico".

Mas a leitura mais aconselhável dos dados não pode ser apenas com os da margem. Tanto que quando se faz a comparação com outubro do ano passado, o varejo entrega uma taxa de crescimento de 5%. Há que se ressaltar, segundo o economista da Gouvêa de Souza, que outubro de 2008 não foi um mês ruim para as vendas.

Naquele mês do ano passado, as vendas cresceram 9,30% ante o mesmo mês em 2007 mesmo com as notícias só dando conta de que a economia mundial passava por sua maior crise desde a década de 30. "A crise pegou o varejo apenas no começo deste ano", diz Góes. Ele se refere, principalmente às quedas de março (0,50%) e abril (0,20%).

AUTOMÓVEIS - Alguma alteração, e isso é inevitável, de acordo com Góes, será percebida apenas em alguns setores, como o de automóveis, por exemplo, por conta da retirada do desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). "Quando olhamos setorialmente, percebemos que poderá ocorrer mudanças em um setor como o automotivo, que só em setembro vendeu 270 mil unidades por conta da antecipação das compras por causa do receio de o governo retirar o benefício do IPI reduzido", observa o analista de varejo da Gouvêa de Souza.

Fora o comércio de carros, além do segmento de informática, a consultoria acredita na continuidade de bons resultados de vendas nos supermercados, no patamar atual de 9,7% interanual e artigos farmacêuticos e perfumarias, que também deverão levar para o final do ano a taxa de crescimento de 11,9% de setembro.




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