Economia Titulo Capital Especulativo
IOF sobre emissões iniciais deve cair
06/11/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prepara ajustes no decreto que taxou com 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) as aplicações de investidores estrangeiros em ações e títulos de renda fixa. O ministro deve aceitar a proposta apresentada pelo presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, de retirar a taxação do IOF nas chamadas operações de IPO (emissão inicial de ações).

Em troca, não está descartada a possibilidade de uma nova calibragem para cima da alíquota para as demais operações, caso o dólar se desvalorize ainda mais em relação ao real.

A retirada do IOF para as operações de IPO é considerada uma medida justa pelo Ministério da Fazenda. A intenção do governo não é inibir as operações de captação de recursos das empresas brasileiras, que podem resultar em maior investimento na economia.

A maior dificuldade para a adoção dessa medida, no entanto, é como diferenciar e estabelecer um controle dos dólares que entrariam para essas operações e para as demais, que permaneceriam com a cobrança do IOF.

Uma fonte do Ministério da Fazenda revelou que Mantega condiciona a flexibilização de alguns pontos do decreto a um apoio da Bolsa à manutenção do IOF nas demais operações. A avaliação é de que o decreto pode ser aperfeiçoado, ganhando mais eficiência.

Paralelamente, o governo trabalha para permitir que as garantias das operações feitas por estrangeiros, que hoje são depositadas no País, possam ser mantidas no Exterior - outra sugestão da BM&F Bovespa.

Há um estoque de US$ 9 bilhões de garantias, vinculadas às operações com derivativos e opções de ações, que poderiam ser deixadas no Exterior, contribuindo para conter o impacto baixista desses aplicações na cotação do dólar.

Segundo a fonte, já existe um acordo entre a Bolsa paulista e a Bolsa de Chicago que poderia viabilizar a implementação dessa medida. Entretanto, ela está sendo avaliada pela área jurídica do Ministério da Fazenda, pois é preciso assegurar a internalização das garantias, caso seja necessário executá-las. A discussão sobre o ajuste no decreto será intensificada na próxima semana quando Mantega retorna ao Brasil.

Mantega nega que imposto causou queda do fluxo de dólar

O Ministério da Fazenda não acredita que a implantação a taxa de 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aplicações financeiras de curto prazo tenha sido responsável pela queda de 75% no ingresso de dólares nos mercados brasileiros.

No mês de outubro, conforme dados do Banco Central, o Brasil recebeu o maior volume de recursos externos desde junho de 2007 e o segundo maior desde 1982.

Para Mantega, a volatilidade dos mercados explica o recuo do fluxo. De acordo com o ministro, a expectativa gerada em torno do crescimento trimestral PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, primeiro com a perspectiva de desempenho fraco, depois com a revelação de cifras melhores do que o esperado, geraram oscilações no fluxo de recursos internacionais.

Além disso, o relatório do Fomc - a versão norte-americana do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central - sinalizando a tendência dos juros no futuro próximo, teria influenciado na brusca queda do movimento de dólares em relação ao Brasil nos últimos 15 dias.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;