Esportes Titulo Brasil Vôlei
Projeto esportivo procura nova parceria
Marta Teixeira
Do Diário do Grande ABC
01/11/2009 | 07:47
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Com 25 anos de existência, o projeto do Brasil Vôlei é uma história de sucesso. Foram 19 campeonatos paulistas, 27 mundiais, sete brasileiros e seis sul-americanos, além de dois vices no Mundial Interclubes. Mas nem isso foi capaz de defendê-lo do corte de patrocínio anunciado pelo Santander, que tirou seu nome do uniforme do time, mas mantém o pagamento do patrocínio (aproximadamente R$ 7 milhões) até maio de 2010, quando termina o contrato atual. Assim, a participação da equipe na Superliga não está ameaçada, assim como os contratos com os atletas.

"Isso demonstra respeito por nós como profissionais. E, dentro de um quadro que não é o ideal, conseguimos uma situação até confortável", explicou o presidente José Montanaro Jr.

A decisão de tirar o vôlei do programa de esportes da instituição segue a nova linha de posicionamento da empresa como banco global após a fusão com o Real, focando os investimentos esportivos em Fórmula 1 e futebol.

Montanaro não se abala com a mudança. "Mantemos conversas com várias empresas e fico até lisonjeado porque todos são muito receptivos e há uma rede de forças para nos ajudar a encontrar um parceiro."

Além de buscar o patrocinador master, o Brasil Vôlei também cadastrou um projeto para se beneficiar da Lei de Incentivo ao Esporte, que pode ser aplicada em suas categorias de base.

Sua confiança é tanta que faz planos para ampliar a iniciativa, incluindo uma equipe infantil (atualmente trabalha com atletas a partir dos 15 anos). "Sei que não é simples alguém aportar um valor como o nosso. Mas o momento não poderia ser melhor. A crise (financeira internacional) não afetou tanto o Brasil, o repatriamento de jogadores deixou os torneios mais competitivos e com a empolgação pela Copa (2014) e Olimpíada (2016), o esporte nunca teve tanto espaço", avaliou Montanaro. "Mas não podemos ficar na zona de conforto, seguimos focados, participando de muitas reuniões."

Em 15 anos de patrocínio do Banespa e outros dez do banco espanhol, o projeto atraiu mais de 18 mil jovens, formando 120 atletas para seleções de base e 23 para a equipe principal. E a rotina continua com a convocação dos juvenis Isac, Renan e Najari pelo técnico Bernardinho para treinar com a Seleção Brasileira adulta.

"Temos uma história única, com o patrocinador mais longevo em uma única modalidade", destacou o dirigente. "Buscamos alguém que pense a longo prazo porque somente assim você otimiza investimentos e os resultados são melhores", completou.

Falta de patrocínio atinge várias equipes
Ao contrário do Brasil Vôlei/São Bernardo, que perdeu o patrocinador, mas não o apoio financeiro imediato, outras equipes de vôlei do Grande ABC não estão em situação tão confortável.

A equipe feminina de São Bernardo, por exemplo, segue sem patrocinador desde sua criação, na temporada passada. Apesar disso, a Prefeitura já confirmou que bancará a participação do time na próxima Superliga. "Vamos usar o orçamento da secretaria, mantendo o mesmo grupo do Paulista e dos Jogos Abertos", explicou o secretário de Esportes, José Luiz Ferrarezi.

A Prefeitura investirá cerca de R$ 200 mil para a competição nacional, que reunirá 13 equipes no feminino e 17 no masculino. "Não é um gasto tão elevado e vamos jogar até para garantir a vaga que conquistamos, mas continuamos buscando patrocinadores."

Assim como para o time masculino, a expectativa do secretário é otimista para as meninas. "A questão do Rio (que ganhou o direito de organizar os Jogos Olímpicos de 2016) chamou muita atenção para o esporte e hoje temos mais facilidade para conversar com os empresários", garantiu. "Acredito que vamos conseguir patrocínios para todas nossas equipes no próximo ano e devemos ter novidades nas equipes de vôlei muito em breve", completou, confiante também para o handebol.

Outro time que está na fila por um patrocinador é o time de vôlei de Santo André. Segundo o supervisor do grupo, André Francisco José Gallego, o Chicão, ainda não há novidades sobre o assunto.

A equipe perdeu a verba do Shopping ABC na temporada passada e, desde então, segue apenas com apoio de pequenos patrocinadores para bancar seus gastos.

A única exceção neste cenário são os times de São Caetano, que permanecem patrocinados pela Blausiegel (feminino) e Ulbra (masculino).




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