Economia Titulo Mudança
ADRs dão salto em volume com início da cobrança do IOF
26/10/2009 | 07:06
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As negociações com os ADRs (recibos emitidos por um banco depositário que representam ações de um emissor estrangeiro) brasileiros deram um salto no dia seguinte ao anúncio do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o investimento estrangeiro em renda variável e fixa. O volume registrado ao longo da semana não foi suficiente para confirmar que haverá migração sustentada dos investidores da Bovespa para os papéis em Nova York. O anúncio do IOF foi feito pelo governo na noite da segunda-feira passada e o imposto entrou em vigor na terça-feira.

Registros do Bank of New York Mellon, principal banco depositário dos ADRs nacionais, mostraram aumento significativo do volume de recibos transacionados no primeiro dia de vigência da cobrança.

Em contrapartida, o Ibovespa, índice da Bolsa paulista, chegou a cair mais de 4% e perder o patamar dos 65 mil pontos no intraday no dia, para fechar com perdas de 2,8% aos 65.303 pontos. No entanto, após a imediata disparada dos volumes negociados, as transações com alguns dos principais ADRs brasileiros voltaram para próximo da média dos últimos 50 dias.

Na terça-feira, entre os principais ADRs brasileiros, a negociação com os papéis do Bradesco triplicaram, passando de 7,5 milhões de recibos para 22,6 milhões, volume bem acima da média de 7,9 milhões de ADRs do banco negociados nos últimos 50 dias. Com os recibos ordinários da Vale, o volume negociado mais do que dobrou naquele dia. Na segunda-feira haviam sido negociados 20,9 milhões de papéis, enquanto, na terça, essa quantidade saltou para 44,5 milhões, em comparação com a média de 24,9 milhões de recibos negociados nos últimos 50 dias.

O mesmo movimento foi verificado com os ADRs da Petrobras. O volume de recibos de ordinárias da estatal negociado na segunda-feira foi de 11,1 milhões e, na terça, passou a 23,1 milhões, também bem acima da média de 13,9 milhões de papéis negociados nos últimos 50 dias.

Na última quinta-feira, o volume de negociação com recibos do Bradesco diminuiu para 7,5 milhões. Os negócios com os recibos de ordinárias da Vale voltaram para 26,2 milhões e com papéis ordinários da Petrobras o volume passou a 14,1 milhões, mas esses dois, de todo modo, continuaram acima da média dos últimos 50 dias.

Vários analistas expressaram preocupação de que, com a cobrança de IOF de 2%, os ADRs roubassem novos fluxos da Bovespa, por meio de migração em massa dos negócios com ações de empresas brasileiras para a Nyse (Bolsa de Nova York). Segundo eles, o imposto encarece os ativos negociados no mercado local e faz com que o investidor pense duas vezes antes de entrar nele.

Os que defendem que o risco de migração é baixo argumentam que a combinação da rentabilidade da Bolsa com o efeito câmbio pode fazer com que a operação continue atraente por aqui.




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