Os candidatos a prefeito derrotados nas eleições de 2008 em Ribeirão Pires, Mário Nunes (PT) e Valdírio Prisco (PSDB), não pouparam críticas sobre a atual gestão de Clóvis Volpi (PV), um ano após a disputa.

Mário Nunes (PT) disse que Volpi fez várias promessas no plano de governo, mas não as está cumprindo. "Quando faz, é apenas de maneira parcial".

O petista foi ainda mais crítico: "Todos aqueles investimentos em obras que o prefeito mantinha durante as eleições foram interrompidos. Foi tudo feito para a época em que o povo estava decidindo o voto".

Nunes afirmou que há muitas falhas no planejamento e que isso emperra o desenvolvimento da cidade. Segundo o candidato derrotado, a nova rodoviária é um exemplo da falta de planejamento. "A inauguração do novo terminal rodoviário foi criticada por muitos munícipes. Pela mudança de local, a prefeitura teve de alterar o sistema viário central."

E acrescentou: "A antiga rodoviário está totalmente abandonada. Virou um estacionamento".

O argumento que tem sido usado por Volpi - a crise econômica mundial - é avaliado como "desculpa" por Nunes. "O País e o Estado não pararam. É mais uma falácia do Volpi."

Prisco foi na mesma linha e não poupou o adversário. "A minha avaliação é a mais pessimista possível. A administração é confusa. Não existe projeto. Não temos sequer modelo de governabilidade." O tucano elenca ainda mais uma questão que justifica ser a utilizada pelos derrotados: "Má gestão".

E ponderou ainda: "Provavelmente, pelo fato de Volpi não concorrer mais à Prefeitura de Ribeirão Pires, esta será uma gestão despreocupada".

Segundo Prisco, o exemplo mais claro da falta de administração foi a detenção do ex-secretário de Governo, José Valentim Seraphim, preso por problemas com casas de bingo.

Procurado para comentar sobre as críticas dos ex-adversários, o prefeito Clóvis Volpi, em tom de deboche, afirmou que não iria discutir com perdedores. "Ouvir o Prisco é decadente. Não sabe o que é gestão pública e está desatualizado há pelo menos 20 anos."

Sobre 2009, o verde classifica o ano como "o pior de todos os 35 vividos em sua vida pública".

Para Volpi, está sendo um ano muito difícil. "Todas as cidades cujo orçamento depende de mais de 10% do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) têm enfrentado dificuldades", afirmou.

Segundo o prefeito, um município que tem orçamento de R$ 125 milhões e perde R$ 6 milhões, certamente não terá ano produtivo. (Supervisão Maurício Klai)