Internacional Titulo Política nuclear
Irã começa a conversar sobre o enriquecimento de urânio em Viena
Da AFP
19/10/2009 | 09:27
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O Irã iniciou nesta segunda-feira, em Viena, sob o patrocínio da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), a negociação de um acordo com Estados Unidos, Rússia e França sobre o enriquecimento, no exterior, de urânio para uso civil, destinado a acalmar o clima de tensão causado por seu polêmico programa nuclear.

A primeira rodada de negociações começou pouco depois das 13h20 GMT (15h20 hora local) e concluiu três horas mais tarde, com uma intervenção do diretor da AIEA, Mohamed ElBaradei.

"Esta tarde tivemos uma reunião bem construtiva. Foi um bom começo. Conversamos sobre a maioria das questões técnicas", afirmou o diretor da AIEA. A reunião será retomada nesta terça-feira, às 10h locais (8h GMT).

Antes de começar as negociações, o Irã advertiu que se as conversações fracassarem realizará com os próprios meios o enriquecimento de urânio a 20%. "A República Islâmica continuará com seu enriquecimento de urânio até 5%, mas se as negociações não derem resultados adequados, daremos início a nossas atividades para produzir urânio enriquecido a 20% e nunca renunciaremos a nosso direito", declarou nesta segunda-feira Ali Shirzadian, porta-voz da OIEA (Organização Iraniana de Energia Atômica), citado pela agência de notícias iraniana Irna.

A delegação iraniana é dirigida pelo embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, e inclui Hamid-Reza Asgari, primeiro conselheiro da OIEA. A delegação francesa é presidida pela embaixadora Florence Mangin.

A equipe norte-americana está comandada pelo subsecretario de Energia, Dan Poneman, acompanhado pelo representante dos Estados Unidos na agência, Glyn Davies. A delegação russa é liderada pelo subdiretor da agência atômica russa, Nikolai Spassky.

No dia 1º de outubro, em Genebra, depois de 15 meses sem a menor negociação direta, Irã e os Seis (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) chegaram a um acordo de princípio, pelo qual Teerã entregaria parte de seu urânio enriquecido a menos de 5% a um terceiro país para obter, em contrapartida, urânio enriquecido a 19,75% para seu reator de Teerã, totalmente sob controle da AIEA e com finalidades médicas, principalmente.

Concretamente, nas negociações em Viena, devem ser estabelecidas as modalidades da transferência de urânio a fábricas especializadas na Rússia e na França, para obter os níveis de enriquecimento necessários para a fabricação de isótopos com finalidades médicas - em particular para o tratamento de câncer - no reator de Teerã.

Segundo a AIEA, o Irã acumulou 1,5 mil kg de urânio pobremente enriquecido em seu centro de Natanz.




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