A bancada do PSB da Câmara de São Bernardo - formada por cinco vereadores - não teme intervenção da executiva estadual na atuação oposicionista adotada pelos vereadores. A aproximação da legenda ao PT do prefeito Luiz Marinho, com vistas às eleições do ano que vem, teria como consequência a reversão do papel dos parlamentares, que teriam de dar sustentação à atual administração.

Caso seja imposta obrigação de apoiar a gestão petista, o grupo socialista teria condições de deixar a legenda sem o risco de ferir a fidelidade partidária e perder o mandato. O argumento é simples: foram eleitos no ano passado por meio de projeto contrário ao da chapa que conquistou o Paço.

O líder da bancada, Antônio Paris Cabrera, diz que seguirá a postura de oposição "até o fim do mandato". "Vamos seguir o que nossos eleitores nos creditaram nas urnas. Mas não pretendo mudar de partido para que isso seja efetivado."

Segundo o socialista, o melhor é "aguardar" o comportamento das direções paulista e nacional do PSB. O assunto, que vem sendo alvo de comentários cada vez mais constantes desde a saída do ex-prefeito William Dib do partido - foi para o PSDB dia 28 -, deve ser tratado em reunião com comandantes da sigla. O encontro deve ser agendado nas próximas semanas.

Ao comentar a possível intervenção, o vereador Ary de Oliveira é enfático. "Cada um faz o que quiser. A reação é de acordo com o que se recebe." O socialista pondera, no entanto, que "não há e não haverá briga" interna durante as tratativas para encaminhamento da questão.

"Não temos a intenção de sair do PSB, mas também não queremos apoiar o governo, porque não fomos eleitos para isso. O correto no momento é esperar o desenrolar dos fatos", ressaltou Ary.