Economia Titulo Indústria
Mercado da comunicação se recupera
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/10/2009 | 07:00
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A crise financeira global não vai impedir que a indústria da comunicação brasileira cresça neste ano, de acordo com representantes de diversos elos desse mercado.

A avaliação é de que, depois da retração nos resultados a partir do final do ano passado, essa cadeia produtiva se recuperou e já observa melhor desempenho frente a 2008.

Na área publicitária, a estimativa é de que haverá expansão de 7% neste ano. Foi o que apontou o presidente da Abap (Associação Brasileira das Agência de Propaganda), Luiz Lara, durante o Encontro Nacional de Anunciantes, ontem em São Paulo.

Ainda segundo o dirigente da Abap, o País está se saindo bem e o que ocorreu é que as turbulências na economia tornaram ainda mais relevante o papel da comunicação como ferramenta para as empresas se fortalecerem. Ele já projeta que o setor crescerá mais de 12% em 2010.

Outros elos da comunicação também observam sinais de retomada. A presidente da ANP (Associação Nacional de Jornais), Judith Brito, cita que, em agosto, a circulação dos jornais já registra alta de 2,5%.

Judith destaca que já ocorriam transformações nas empresas jornalísticas, com ajustes gerenciais e investimentos para melhorar a produtividade e a competitividade. O segmento, que movimenta R$ 3,4 bilhões em investimentos publicitários, havia crescido 29% em circulação nos últimos cinco anos.

Mesmo em meio à crise, alguns fatores têm favorecido a mídia impressa, neste ano, de acordo com a dirigente: o preço do papel caiu no mercado internacional, assim como o dólar na comparação com o real, e a renda da população tem crescido.

Daniel Slaviero, presidente da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão), também observa que o impacto das turbulências foi menor do que o esperado. "Já tivemos crescimento de quase 4% na propaganda no meio TV", citou.

PROMOCIONAL - Os dados do setor de marketing promocional (que inclui convenções, eventos, merchandising, brindes e promoções) também mostram que a desaceleração na demanda em vários ramos da economia gerou esforço adicional das empresas para se diferenciarem, segundo o presidente da Ampro (Associação Brasileira de Marketing Promocional), João Carlos Zicard Vieira.

A atividade, que no ano passado movimentava R$ 27 bilhões, deve atingir neste ano R$ 29 bilhões de faturamento, alta de 7%. No entanto, ele ressalta que o empresariado busca formas de mensurar resultados, para atestar o retorno dos investimentos.

MUDANÇAS - Os representantes da cadeia produtiva da comunicação avaliam que algumas mudanças na indústria da comunicação já vinham em curso, independente da crise. O vice-presidente da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes, Rafael Sampaio destaca, por exemplo, o papel da internet, que "muda o dia a dia das pessoas e obriga a mídia a se transformar".

"A mídia está sob nova perspectiva", destaca o presidente da Abap, que avalia, entretanto, que há espaço para os diferentes meios de comunicação.




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