A votação da CIP (Contribuição sobre Iluminação Pública) rachou de vez o PSB de Mauá. Sem conseguir o consenso de dois vereadores para votar favoravelmente ao projeto do Executivo, o presidente da sigla Carlos Wilson Tomaz teria perdido a paciência com os parlamentares e ameaçado, inclusive, barrar a candidatura de Ozelito José da Silva a deputado estadual em 2010 e expulsar Alberto Betão Pereira Justino por infidelidade partidária. Os vereadores negaram o desentendimento.

A confusão teve início terça-feira, pouco antes da sessão que aprovou em primeira discussão a cobrança do imposto. Tomaz convocou os parlamentares para orientá-los quanto ao posicionamento a ser tomado na votação. Na Câmara, o comentário era de que o prefeito Oswaldo Dias (PT) teria oferecido a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para o PSB, caso os quatro vereadores apoiassem a medida.

"A ideia era deixar o partido coeso e definir os votos em conjunto. Falei que sou oposição e que continuaria firme. Não quero brigar com o partido. Estou bem com o PSB, mas eles disseram que votaríamos o melhor para o povo, mas a taxa não é para o bem da população" disse Alberto Betão Pereira Justino.

Ozelito esquivou-se de votar emendas propostas pela oposição e, após defender a cobrança durante discurso do vereador Silvar Silva Silveira (PV), mudou de ideia e decidiu votar contrário à cobrança nos últimos minutos da sessão.

A desistência de Ozelito teria sido cobrada por parte dos governistas, o que teria irritado o presidente da legenda e provocado uma nova reunião, desta vez diretamente com Ozelito, o que foi confirmada pelo líder do partido na Câmara, Luiz Alfredo dos Santos Simão.

"O Ozelito é pré-candidato a deputado estadual e está se resguardando, porque ano que vem tem eleição e ele não poderia votar essa taxa. Entendemos isso. Vamos voltar a votar junto em breve", afirmou Simão.

O parlamentar, no entanto, se esquivou sobre a possibilidade de o PSB herdar uma secretaria da administração petista. O vereador Osvanir Stella, o Ivan, negou que o partido esteja negociando com o governo.

Procurados, Ozelito e Tomaz não retornaram as ligações do Diário até o fechamento desta edição.