Política Titulo Polêmica
Marcelo Lima é evasivo sobre autoria do voto fantasma
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
27/08/2009 | 07:36
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O vereador de São Bernardo Marcelo Lima (PPS), suspeito de ser o autor do voto fantasma na sessão do dia 19, concedeu ontem a primeira entrevista após o ocorrido. Indagado se teria apertado o botão de votação do colega Estevão Camolesi, o popular-socialista foi evasivo.

"Já conversamos sobre isso com a presidência, que é a responsável para apurar os fatos que tiver de apurar", afirmou Marcelo, ao se dizer "tranquilo" sobre a iminente abertura de investigação por parte do companheiro de partido e líder do Legislativo, Otávio Manente. O parlamentar envolvido na polêmica respondeu às indagações de maneira lacônica. Não entrou em detalhes. Perguntado se iria ter de provar a inocência ou a investigação é que teria objetivo de chegar a uma conclusão, Marcelo mais uma vez foi evasivo. "Isso está sob responsabilidade da presidência."

Sobre a existência de fotos em que aparece abrindo a gaveta de Camolesi onde ficam os botões de votação, o vereador ressaltou que não viu as imagens.

O requerimento da oposição que pede a abertura de investigação está na Diretoria-Geral da Câmara e será enviado à Assessoria Jurídica da Casa para avaliar as providências a serem tomadas por Manente.

Parlamentares contrários à administração de Luiz Marinho (PT) ressaltaram que aguardarão até a próxima sessão, na quarta-feira, por um posicionamento do comandante do Legislativo.

"Duas semanas são suficientes para tomar atitude", cobrou Admir Ferro (PSDB). "É um tempo adequado para demonstrar vontade em revolver a situação", acrescentou Tunico Vieira (PMDB). "Se não acontecer nada, tomaremos outras posições", completou Ary de Oliveira (PSB).

ÉTICA - A criação de uma Comissão de Ética começou a ser discutida ontem pelos vereadores de São Bernardo. O plenário aprovou requerimento do presidente que instala um grupo especial para efetivar a comissão que avaliará a conduta dos parlamentares.

A disputa política acirrada observada no primeiro semestre e o caso do voto fantasma aceleraram o debate sobre ética, que há anos tramita no Legislativo. Um vereador de cada partido - são sete legendas no total, quatro de situação e três de oposição - fará parte do grupo inicial, incumbido de apresentar projeto de lei em 120 dias para ser aprovado em plenário. Assim, a Comissão de Ética só começará a atuar a partir do ano que vem.

O caso do voto fantasma será apurado e julgado pelas atuais regras da Casa, que não estão bem definidas pelo Regimento Interno. A única determinação é que a cassação do mandato - ou qualquer outra punição - por falta de decoro deve ser aprovada por dois terços dos vereadores, ou seja, 14 dos 21.

Marcelo Lima pode integrar o grupo especial que formulará a proposta, pois é o líder do PPS na Casa. "Muito bom, muito bom (a criação da Comissão de Ética). Quero participar ativamente (da formulação)."




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