Dois projetos da Prefeitura de Diadema, chefiada por Mário Reali (PT), causou novo estremecimento entre o Executivo e os servidores públicos. Um dos textos, aprovado na quarta-feira pela Câmara, versa sobre plano de carreira a procuradores do município. O outro trata sobre a criação de 31 cargos públicos na Fundação Florestan Fernandes.

O governo criou duas faixas salariais para cargos de procurador, que agora variam entre R$ 2.629,64 e R$ 6.192,02, e diminuiu o tempo de serviço para promoção profissional na Secretaria de Assuntos Jurídicos. "Como é sabido, é política da atual administração valorizar o servidor integrante do quadro funcional", justificou Reali, em carta endereçada aos vereadores.

O projeto de criação de cargos na Fundação Florestan Fernandes, que deve entrar nos trabalhos legislativos nesta semana, elevará ainda mais a relação entre o pagamento de servidores e a receita do município. Atualmente, o índice está em 50,79% e a abertura de postos de trabalho subirá o percentual para 50,81%, pouco menos do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, de 51,3%.

Funcionários criticaram as propostas, alegando que são matérias que contradizem os argumentos utilizados pela administração durante a negociação salarial, que culminou com greve de 23 dias. Durante as reuniões, técnicos do Paço alegavam que o reajuste salarial não poderia ser dado por falta de recursos e pela folha salarial comprometida. As conversas sobre o Plano de Cargos e Carreiras também foi norteado pelas dificuldades financeiras do Paço.

"Não podemos aceitar de um governo que falou muita coisa durante a negociação salarial e encaminha projetos como esses", criticou a vereadora Irene dos Santos (PT), que tem base eleitoral junto aos servidores. Reali disse que a Prefeitura vai estudar um plano de cargos que contemple todos os funcionários.