Economia Titulo Pressão
Trabalhadores se queixam de sobrecarga 'pós-crise'

Com a onda de demissões gerada pela crise
econômica, funcionários precisam trabalhar mais

Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
28/06/2009 | 08:30
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Depois dos milhares de demissões no País e no mundo, como reflexo da crise econômica mundial, ter um emprego passou a ser um prêmio ainda mais valioso. Contudo, muitos trabalhadores se queixam da sobrecarga e da pressão.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, que acompanhou de perto demissões e negociações para evitar cortes nos últimos meses, destacou que o clima de apreensão ainda existe.

"A situação é complicada porque na verdade a produção não diminuiu. Se verificarmos as entregas da GM (General Motors) nos últimos meses, por exemplo, é possível constatar que não houve grande diferença com o ano passado e o número até aumentou, mesmo com menos funcionários trabalhando."

O sindicalista destacou que os rumores atrapalham o andamento das atividades. "O funcionário, além de trabalhar mais para dar conta do ofício do colega demitido, vive a incerteza. Não sabe se vai continuar ali por muito tempo", explicou.

Na avaliação do consultor de recursos humanos Davi Búfalo, da S&L, o funcionário precisa de controle emocional e capacidade de se recuperar e se adaptar às mudanças. Ele considerou ‘normal' o acúmulo de trabalho após demissões.

"Com certeza, vai ter excesso de trabalho e será exigido mais do funcionário agora. As empresas precisam reduzir custos e quem fica tem de arcar com as responsabilidades."

O consultor afirmou que, para não deixar a pressão virar estresse e atingir a vida pessoal, é preciso aprender a lidar com a situação.

"A empresa espera comprometimento, tenacidade, e exige principalmente controle emocional e resiliência (capacidade de se adaptar)."

Para o sindicalista Hebert Claros da Silva, os trabalhadores que se sentem sobrecarregados, independentemente do ramo de atuação, devem se organizar e conversar com a chefia.

"O conselho é para que a pessoa siga seu ritmo. É difícil trabalhar tranquilo com alguém que fica pressionando. Os trabalhadores precisam se organizar e explicar ao chefe o que acontece, mas juntos, organizados, não isoladamente."(com agências)




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