Política Titulo Na mira
Grupo suspeito faz o recapeamento de Mauá

Scamatti é empresa-irmã da Demop, investigada pelo MP

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
12/12/2011 | 07:33
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A Scamatti & Seller Infraestrutura, que executa o plano de recapeamento de 60 quilômetros de ruas e avenidas de Mauá, é empresa-irmã da Demop Participações, investigada pelo Ministério Público Estadual por participar de licitações no Interior paulista que teriam sido abertas para captar verbas oriundas do suposto esquema de venda de emendas na Assembleia Legislativa - caso denunciado em agosto pelo deputado Roque Barbiere (PTB).

O dono da companhia criada em Votuporanga que presta serviço em Mauá é Olívio Scamatti, detentor de R$ 3,96 milhões dos R$ 4 milhões do capital da firma. Olívio e quatro irmãos são os sócios-fundadores da Demop que, entre 2007 e 2010, teria se beneficiado de emendas ao Orçamento do Estado assinadas pelo deputado Gilmaci Santos (PRB).

Em Olímpia, a Demop venceu concorrência pública no valor de R$ 8 milhões para obras de pavimentação, recapeamento e infraestrutura urbana - há suspeita de improbidade no processo. Em Guaraci, teria se beneficiado de esquema de fracionamento de licitações motivado pela destinação de emendas.

Em Mauá, porém, o grupo não participou da licitação. A vencedora do certame foi a Petrobras Distribuidora, que recebe R$ 22 milhões da Prefeitura para entregar o serviço até março. A ganhadora, no entanto, subcontratou a Scamatti & Seller para executar a obra, o que é permitido pelo edital e pela lei de licitações.

Pela falta de informações disponibilizadas pela Prefeitura (o processo não consta no Portal da Transparência e não há placas na obra informando valores e o nome da empresa que venceu a licitação), vereadores indicam que o governo Oswaldo Dias (PT) tem tentado acobertar ilegalidades. Os oposicionistas Manoel Lopes (DEM) e Atila Jacomussi (PPS) pediram detalhes do certame para o prefeito, mas ainda não foram atendidos. "Isso está com cheiro de fraude", diz o popular-socialista.

A Prefeitura de Mauá não quis se pronunciar sobre o assunto. Olívio Scamatti foi procurado em seus escritórios da Capital e de Votuporanga, mas, em ambos os casos, a equipe do Diário foi informada de que ele estava viajando. A Petrobras Distribuidora não informou o valor pela qual subcontratou a Scamatti & Seller.

ALOJAMENTO

Os funcionários da Scamatti & Seller que trabalham no recapeamento de Mauá estão alojados na antiga sede da Guarda Civil Municipal, na Avenida Washington Luís, desde o início das obras, há três semanas. O prédio, abandonado desde fevereiro, foi interditado parcialmente pela Defesa Civil pelo risco de ser atingido por deslizamento de terra.




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