Economia Titulo América Latina
Cepal exige que FMI pare de interferir nas políticas internas
Da AFP
16/06/2009 | 08:19
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A secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) exigiu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pare de interferir nos assuntos internos dos países e de promover as privatizações e a flexibilidade trabalhista, em uma reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

"Precisamos de uma instituição que não interfira no desenvolvimento dos países", afirmou Alicia Bárcena, secretária da Cepal, sob os aplausos dos representantes dos 183 Estados membros da OIT e os representantes de empresas e sindicatos.

"O FMI é uma instituição que empresta dinheiro como último recurso. Então por quê tem que interferir em nossas políticas sociais e nossas políticas de desenvolvimento?", questionou em um debate sobre a crise mundial do emprego.

"O que quero é que o FMI deixe de dizer que as privatizações e que a flexibilidade constituem as melhores soluções. Na mesa não devem existir prescrições. Deixemos que os países façam o que desejam fazer. Não acredito que exista um modelo. Que o povo decida", declarou, em meio a mais aplausos.

Depois das declarações da secretária da Cepal, os presentes vaiaram Eckhard Deutscher, presidente do Comitê de Desenvolvimento da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), que defendeu o FMI e afirmou que este nunca aplicou um programa sem a aprovação dos países envolvidos.

Na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também questionou na OIT a gestão do FMI na crise atual.

"Nas crises dos anos 80 e 90, o FMI e o Banco Mundial (Bird) tinham todas as soluções para os países pobres. Agora, quando a crise acontece nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, nem o FMI nem o Banco Mundial têm proposta alguma para solucionar a crise", criticou.




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