Economia Titulo Turismo
Com dólar abaixo de R$ 2, turistas optam pelo Exterior
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/06/2009 | 08:12
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Nas duas últimas semanas, quando o dólar bateu R$ 2,24 e rompeu a barreira dos R$ 2 - chegando a atingir até R$ 1,92 -, a procura por viagens internacionais cresceu entre 15% e 30% nas agências da região. O dólar já se mantinha alto há alguns meses por conta da crise financeira internacional.

Os destinos mais procurados, por conta da proximidade ao País e do feriado de Corpus Christi, nesta semana, são Buenos Aires, Bariloche e Santiago. As férias de julho também ganharam corpo por conta do câmbio, e Europa, Miami e Orlando também tiveram boas saídas.

"Estou vendendo muito de duas semanas para cá", vibrou a proprietária da BBL Turismo, de Santo André, Nilce Bubula. Embora a executiva não consiga mensurar em quantidade de viagens a mais, estima aumento entre 15% e 20% nas vendas.

O gerente comercial da Qualituri Viagens e Turismo, Márcio Fernandes, da mesma cidade, chamou a atenção para o incremento no número de voos fretados para Buenos Aires. "Normalmente, para este feriado, saía um fretado. Dessa vez, conseguimos lotar cinco."

Somado a isso, a comercialização de cruzeiros marítimos também para a capital argentina e para Punta Del Este geraram elevação de 30% nas vendas, ou o equivalente a 400 viagens a mais.

Fernandes simulou a economia que o consumidor teve com a baixa da moeda norte-americana, que pode chegar a até R$ 500. "Uma viagem de cinco dias para Buenos Aires com estada e passagem aérea para um casal fica em média US$ 2.000. Há duas semanas dava R$ 4.400. Hoje, uns R$ 3.900."

A agência em que Manuel Nogueira é diretor, a JVS Operadora Turística, de São Caetano, apresentou crescimento de 16% no movimento nos últimos 15 dias. "Se compararmos com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 192 passageiros."

PARCERIAS
Segundo Nogueira, o mercado estava um pouco reprimido com a crise, e a valorização do real frente ao dólar ajudou a viabilizar mais viagens ao Exterior. "As promoções realizadas por diversas companhias aéreas também ajudaram a reaquecer o mercado", justificou.

De fato, a CVC Turismo tem vendido mais pacotes por conta de parcerias com algumas companhias aéreas e redes de hotéis. "Em virtude das promoções, percebemos elevação da demanda já de fevereiro para cá, e não necessariamente nas duas últimas semanas", apontou Anderson Muniz, gerente de vendas responsável pelo Grande ABC.

Viagens corporativas também registraram crescimento

Com a crise financeira global, que eclodiu em meados de setembro, muitas organizações que têm sua matriz no Exterior ou empresas que realizam negócios internacionais passaram a trocar as reuniões presenciais por videoconferências. Assim, a movimentação para agências especializadas em viagens corporativas sofreu forte abalo.

De março para cá, entretanto, Maurício Martineli, gerente corporativo da Decolar Corporate, relata que as vendas foram crescendo gradativamente, em torno de 15% ao mês. "Isso porque desde que a crise começou, as vendas caíram 50%", pontuou.

Com a baixa do dólar, ocorrida há duas semanas, Martineli comemorou aumento de 20% na comercialização de passagens aéreas para destinos internacionais, incremento superior ao registrado nos meses anteriores. "Vendemos em média 30 passagens por dia, o que somou, ao final das duas semanas, 180 passagens".

Os destinos mais procurados foram Argentina e Chile, na América do Sul, Europa e Estados Unidos. O resultado também foi impulsionado pelos informes realizados pela Decolar Corporate, que chamaram atenção à desvalorização do câmbio norte-americano.




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