Economia Titulo Otimismo
Setor imobiliário aposta no crescimento
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
31/05/2009 | 07:11
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Especialistas do mercado imobiliário apostam que este ano será o ‘mais marcante no âmbito do crédito para a compra de imóveis no Brasil'. E na região isso ficou evidente, principalmente se for levado em conta o volume de recursos disponibilizados pela Caixa Econômica Federal. De acordo com o banco, no primeiro trimestre deste ano, o volume de investimento no Grande ABC foi de R$ 108,7 milhões em financiamentos de unidades novas e usadas.

Segundo o Secovi-SP (Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo), o salto de crescimento no Estado será possível uma vez que, além da abundância de recursos para habitação, quase R$ 80 bilhões das principais fontes de financiamento, caderneta de poupança e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), há dois fatores que estimulam o volume de financiamentos.

O primeiro é programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Por conta disso, as vendas cresceram em todo o País, não só para produtos destinados às famílias de baixa renda, mas também para produtos de maior valor de venda, segundo o sindicato. A reação do mercado imobiliário se fez sentir em todos os Estados e, em alguns deles, as vendas do primeiro trimestre de 2009 dão sinais de fechamento no mesmo patamar ou até melhor que igual período de 2008.

O segundo está vinculado à caderneta de poupança. "O presidente Lula vem insistindo em declarações de que a poupança não é investimento e não servirá de refúgio para investidores profissionais. Existem ideias sendo veiculadas a partir do fato de que a Selic (taxa básica) nunca esteve tão baixa - está em 10,25% -, o que poderá levar investidores que aplicam em fundos de renda fixa a migrarem para caderneta de poupança", explicou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

REGIÃO - O cenário positivo se reflete no Grande ABC. Segundo o último balanço da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre deste ano o volume de investimento foi de R$ 108,7 milhões em financiamentos de imóveis novos e usados com recursos FGTS e SBPE, o que representa um aumento de 46% dos valores investidos em relação ao mesmo período de 2008 - quando foram aplicados R$ 74 milhões.

Para 2009, a expectativa é de um ano ainda melhor, com um orçamento total da Caixa de R$ 27 bilhões para essas modalidades. "No Grande ABC queremos viabilizar 5 mil novas moradias", previu o superintendente regional em exercício, Edvaldo Contin. "A Caixa deve superar R$ 500 milhões de investimento no setor da construção civil até dezembro na região", afirmou.

No País, a instituição bateu recorde nos financiamentos habitacionais no primeiro trimestre. Os recursos atingiram R$ 7 bilhões, valor 110% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O saldo foi de R$ 49,2 bilhões, 9,1% maior do que em dezembro de 2008 e 45,2% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado.

AMM alerta sobre os cuidados na hora de assinar o contrato

Muitas vezes, na ansiedade de adquirir a casa própria, as pessoas deixam de atentar a questões importantes ao assinar o compromisso de compra. "Apesar dos contratos atuais terem mais estabilidade do que os antigos, é necessário ficar de olho em alguns pontos para que um sonho não vire pesadelo", advertiu o advogado especializado em habitação e diretor da AMM (Associação dos Mutuários e Moradores das Regiões Sul e Sudeste do Brasil), Tiago Antolini.

A primeira regra é financiar o menor valor possível e não comprometer mais de 20% da renda, no mês, para pagar as prestações do imóvel. Ou seja, se a renda familiar é de R$ 2 mil, o ideal é que a parcela não ultrapasse a faixa dos R$ 400. "Mesmo as instituições financeiras autorizando o comprometimento em até 30% da renda, é comum nesses casos a inadimplência e, por consequência, a tomada do imóvel pelo banco", informou.

Outro tópico importante é a amortização constante. Esse sistema permite que as prestações sejam reduzidas, gradativamente, até o final do financiamento.




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