O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), assina hoje o convênio com o governo do Estado para municipalização de quatro escolas estaduais de Ensino Fundamental. O encontro será às 17h30 com o secretário de Educação do Estado, Paulo Renato de Souza, em São Paulo.

Agora, com discurso contrário ao promovido na campanha eleitoral, Reali defende a expansão do Ensino Fundamental na cidade por meio da municipalização, uma das bandeiras do governo tucano.

A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, que ontem não sabia da assinatura do contrato, hoje mostrou sua perplexidade. "Eu lamento muito nós, do PT, cumprirmos uma agenda do PSDB. Dói e muito", desabafou, como dirigente, militante e filiada ao Partido dos Trabalhadores.

Com a medida, a Prefeitura assume a gestão das EEs (Escolas Estaduais) Fabíola Lima Goyano, Dr. Átila Ferreira Vaz e Dr. José Martins da Silva, nas regiões do Eldorado e do Jardim Inamar, além da Professor Franscisco Daniel Trivinho, no Centro.

Após a assinatura do convênio, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, tem até 30 dias para assumir a gestão das escolas. A administração também ficará responsável pela manutenção dos prédios, abastecimento de merenda e material escolar.

Com a municipalização, a Prefeitura receberá recursos mensais do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento de Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O valor não foi informado. Na administração de José de Filippi Júnior (PT), cerca de R$ 20 milhões foram perdidos. Para Maria Izabel, trata-se de "visão meramente contabilista e não de política educacional", afirmou.

Apeoesp tentará barrar projeto com ação na Justiça

Mesmo com a formalização do convênio com o governo do Estado, a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo de Noronha, afirmou que não desistirá. Até sexta-feira, a entidade entrará com ação civil pública para que a municipalização seja anulada.

"Infelizmente, a Prefeitura de Diadema, que é do PT, está indo na contramão das políticas educacionais do próprio governo federal, ou seja, investimento em creches e educação infantil", afirmou Maria Izabel.

Tumulto - A aprovação da lei municipal que permitiu a assinatura do convênio de municipalização entre a Prefeitura e o governo do Estado, dia 2 de abril, foi sinônimo de bate-boca e pancadaria na Câmara de Diadema, quando manifestantes - a maioria professores - se mostraram contrários ao projeto municipal.