Esportes Titulo Atletismo
Atletas de múltiplas opções
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
10/05/2009 | 08:37
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Fabião, 31 anos, pivô da equipe de basquete da Apaba/Santo André. Thiago Sens, 23, ponta do time de vôlei Santander/São Bernardo. Em comum, possuem o fato de se destacarem no esporte que praticam depois de se dar bem também em outras modalidades. Além disso, ambos tiveram inspiração dos pais para começarem a competir.

Thiago, até os 18 anos, conciliava o vôlei ao atletismo e se destacava no salto em altura. Chegou a atingir 2,05 m, marca que lhe daria atualmente o sétimo lugar no ranking brasileiro da modalidade (o primeiro colocado tem 2,20m) e o deixaria muito próximo do primeiro lugar da categoria sub-23, cuja melhor marca é 2,08m.

"Tinha uma habilidade natural. Não treinava regularmente para saltar. Quando chegava próximo das competições, fazia uma preparação um pouco melhor e saltava", conta o atleta, campeão dos Jogos Abertos e do Campeonato Estadual de Santa Catarina.

Fabião nasceu no boxe. Seu pai, Luís Faustino Pires, foi um dos principais nomes do pugilismo brasileiro e, inclusive, desafiou George Foreman, em 1971, antes de o norte-americano tornar-se campeão mundial dos pesos pesados.

"Treinava na academia dele e participava de campeonatos de boxe enquanto jogava basquete. Encerrei a carreira no pugilismo invicto. Foram 19 lutas, com 18 vitórias por nocaute e uma por pontos", vangloria-se o pivô.

"Era um treinamento muito forte. Acordava às 4h e, entre outras coisas, era obrigado a tomar gemada, era osso duro", recorda o pivô, que no período da tarde se dedicava ao basquete.

Os dois atletas tiveram de conviver com uma espécie de confronto familiar. No caso de Thiago Sens, a mãe Solange (professora de Educação Física) o queria no atletismo. Mas quem saiu vencedor foi o pai (Hédio), jogador e técnico de vôlei.

O pai de Fabião, obviamente, queria que o filho fosse seu sucessor nos ringues, mas a mãe e a irmã não gostavam de vê-lo trocando golpes. "É muito difícil alguém viver exclusivamente do boxe. Com o basquete pude jogar nas principais equipes do País (entre elas, Corinthians, Franca, Ribeirão Preto, Brasília), fui campeão brasileiro e equatoriano (pelo UTE)", conta o jogador, que nasceu em São Bernardo e começou a carreira no hoje abandonado Clube da Volks.

Atualmente, ambos estão convictos de que fizeram a escolha certa. "Acho que o esporte me ajudou no desenvolvimento e na minha formação como um todo, inclusive como pessoa. Tem a parte da disciplina, que foi muito importante conhecer desde cedo", afirma Thiago Sens.

"A principal lição que tive é que o pugilismo é um esporte saudável e que não é violento como falam. Além disso, pude realizar o sonho do meu pai, que me viu nos ringues e nas quadras", finaliza Fabião.




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