O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), surpreendeu até mesmo a bancada petista com a publicação, no dia 27, do decreto que criou o GGI (Gabinete de Gestão Integrada) do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), capitaneado pelo governo federal.

A dúvida maior dos vereadores é se serão ou não criados cargos para acomodar o coordenador, coordenador adjunto e secretária executiva que comporão o GGI. "A criação de cargos tem de passar pela Câmara", afirmou o presidente do Legislativo, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), que se interou do decreto por meio da reportagem do Diário, publicada ontem. Para Maninho, as pessoas que integrarão o GGI serão "retiradas do gabinete do próprio prefeito".

Os vereadores Milton Capel (PV) e Irene dos Santos (PT) afirmaram que o novo órgão criado não foi discutido com os governistas.

Se o GGI surpreendeu os parlamentares da base aliada, a oposição então ficou sem entender nada. É o caso de Wagner Feitoza (PSB). "Quero saber se essas pessoas terão ou não remuneração", questionou. A mesma dúvida foi apontada pelos vereadores Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB) e José Dourado (PSDB).

Explicação - Na justificativa para criação do GGI, o prefeito defende o órgão para "dar maior celeridade e supervisionar a implantação das obras do PAC no município. além de monitorar as ações e agilizar os procedimentos", entre outros argumentos.

O ex-secretário de Saúde de Diadema Osvaldo Misso, que foi exonerado no dia 27, deve assumir a coordenadoria do órgão. Mas a Prefeitura não confirmou a informação.

Especialistas consultados afirmaram que não se pode criar, por meio de decreto, novas demandas aos ocupantes das vagas. O jurista Tito Costa foi taxativo. "Como o ex-secretário pode assumir uma função ou um cargo que não existe legalmente na Prefeitura de Diadema?" E acrescentou: "Cargo só se cria por lei".