Nacional Titulo Raposa Serra do Sol
Protesto marca saída de agricultores em reserva em RR
01/05/2009 | 09:27
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Choro de não-índios, tensões entre índios e manifestações de protesto marcaram quinta-feira o prazo final dado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para a saída de não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Hoje começa a retirada forçada das famílias que continuam na área, que passa para 19 mil índios, de cinco diferentes etnias. É fase final da Operação Upatakon 3, que mobiliza cerca de 400 agentes da Força da Segurança Nacional e da Polícia Federal.

Ontem, em Boa Vista (RR), o desembargador Jirair Megarian, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e responsável pela coordenação da saída dos não-índios, afirmou que espera concluir a operação de maneira pacífica: "Só haverá violência se houver resistência violenta". O dia do desembargador foi agitado. Pela manhã, recebeu a informação de um aumento das tensões na Vila Surumu, ponto de acesso à terra indígena.

Grupos ligados ao CIR (Conselho Indigenista Missionário) estariam forçando a saída de famílias em que se misturam índios e não-índios (e que têm o direito legal de permanecer na área). Em reunião com organizações envolvidas na operação de retirada, o desembargador constatou que os locais para onde as famílias estão sendo levadas não oferecem condições de moradia. Por isso, chegou-se a cogitar a possibilidade de uma dilatação no prazo de saída.

Na Cidade Satélite, na periferia de Boa Vista, as casas doadas pela prefeitura ficam no meio de conjunto habitacional ainda não inaugurado, sem moradores. Faltam água, luz, rede de esgoto, ruas, meio-fio, árvores. O desembargador recebeu a promessa de que as instalações em Cidade Satélite ficarão prontas até segunda-feira. À tarde, ele foi à Vila Surumu. Não confirmou as tensões. O que há é uma disputa entre grupos indígenas quanto às casas desocupadas. "A briga agora vai ser de índio com índio", disse a tuxaua (cacique, na língua indígena macuxi) Elielva dos Santos.




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