A Coreia do Norte afirmou neste sábado que retomou o tratamento de barras de combustível nuclear para fabricar plutônio de nível militar, em uma aparente reação às sanções internacionais por seu controverso lançamento de um foguete.

"O tratamento de barras de combustível irradiadas procedentes de um reator experimental começou, conforme anunciou um comunicado de 14 de abril do ministério das Relações Exteriores", declarou um porta-voz da chancelaria norte-coreana à agência oficial KCNA (Korean Central News Agency).

"Isto contribuirá para reforçar a capacidade de dissuasão nuclear para garantir nossa defesa por todos os meios para enfrentar as crescentes ameaças das forças hostis", acrescentou o porta-voz.

Estas declarações foram feitas horas depois de a ONU ter anunciado sanções contra três empresas norte-coreanas acusadas de participar no desenvolvimento de mísseis, na primeira ação concreta contra Pyongyang após seu controverso lançamento de um foguete em 5 de abril.

São elas, as empresas Korea Mining Development Trading Corporation, Korea Ryonbong General Corporation e Tanchon Commercial Bank.

A Coreia do Norte anunciou em 14 de abril sua retirada das negociações entre seis países -Coreia do Norte e Coreia do Sul, EUA, Rússia, Japão e China, o fim de sua cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e a reativação de seu programa nuclear como protesto pela condenação pelo Conselho de Segurança da ONU do lançamento do foguete.

O regime comunista de Pyongyang afirma que o foguete colocou em órbita um satélite destinado a difundir hinos patrióticos, mas os EUA e seus aliados afirmam que se tratou na realidade de um teste de míssil balístico de longo alcance.

O foguete, várias fases do qual sobrevoaram o arquipélago japonês, caiu no Oceano Pacífico.

No marco das negociações entre os seis países, Pyongyang havia se comprometido em fevereiro de 2007 a fechar em desmantelar as instalações de produção de plutônio para a fabricação de uma bomba atômica na planta nuclear de Yongbyon, localizada a 96 km a norte de Pyongyang e considerada a espinha dorsal do programa nuclear militar norte-coreano.

Mas as negociações estão estagnadas desde dezembro de 2008 devido a um diferendo sobre os meios de verificação da desnuclearização norte-coreana.