Política Titulo Política regional
Presidentes das câmaras discutirão regionalidade
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
25/04/2009 | 08:45
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Os presidentes das câmaras municipais do Grande ABC se reunirão na segunda-feira, em um restaurante em Mauá, para discutir a participação dos parlamentares na implementação de políticas regionais. A intenção é fortalecer o papel do Legislativo nos municípios, além de aumentar o poder de barganha junto aos governos estadual e federal.

Não é a primeira vez que a iniciativa é sugerida. Nas tentativas anteriores, entretanto, os parlamentares não obtiveram êxito.

O primeiro encontro dos líderes deverá seguir a linha de apresentação das peculiaridades de cada cidade, para só depois entrar na discussão de assuntos que precisem de ações conjuntas das sete prefeituras, como Segurança Pública, Saúde, Meio Ambiente e Transporte. "É importante que cada um conheça a realidade das cidades vizinhas, para então discutir questões que interferem em toda a região", afirmou o presidente da Câmara de Mauá, Rogério Santana (PT).

Otimista, o petista pretende levar para o debate o "equilíbrio dos repasses para Saúde pelo Estado e União aos municípios". O parlamentar acredita que as câmaras, se quiserem, conseguirão influenciar as duas instâncias administrativas a subsidiar as verbas levando em consideração a necessidade de cada município.

"Mauá, por exemplo, é muito mais carente nesta área que São Bernardo, Santo André e São Caetano; e ainda tem orçamento menor. Talvez fosse justo que essas cidades abrissem mão de alguns desses repasses para favorecer as que mais precisam", sugeriu.

A proposta polêmica parece não agradar aos demais representantes. "É um assunto delicado, mas a discussão é necessária. Até onde você é cidade e até onde você é região? Quantas cidades não são atropeladas por outras maiores?", admite Santana.

Para o presidente do Legislativo de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), a ideia é ousada. "Rejeitar recurso é complicado, mas temos de pensar na situação de Mauá e do Hospital Nardini, que precisa de ajuda. O que podemos fazer é, em conjunto, pleitear mais recursos para a cidade. Vamos ter força para isso."

Essa é a mesma opinião do presidente da Câmara de Santo André, Sargento Juliano (PMDB). "É quase impossível rejeitar verbas, mas acho que a gente pode ajudar em questões como essa. Os municípios da região já têm força individual. Quando nos juntarmos, estaremos falando de uma região que tem grande representatividade no Estado", discursou esquecendo que esse papel é exercido pelo Consórcio Intermunicipal.

Enquanto os presidentes das casas legislativas de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá utilizam o discurso de que a união faz a força e pode trazer bons resultados para a região, Edvaldo Francisco Guerra (PV), que preside a Câmara de Rio Grande da Serra, segue rota contrária. Ele não pretende participar da discussão.

"Não é uma tarefa do Legislativo. Se os prefeitos já estão trabalhando em cima das questões regionais e não estão avançando muito, os vereadores terão menos sucesso ainda. Acho que os parlamentares têm de se voltar aos municípios", afirmou Guerra, ao reconhecer o peso da declaração. "Acho que os outros presidentes não vão gostar muito do que falei, mas é isso que eu penso."

 




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