Internacional Titulo Terror
Duplo atentado suicida mata 58 pessoas em Bagdá
Da AFP
24/04/2009 | 09:15
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Pelo menos 58 pessoas morreram nesta sexta-feira em dois atentados suicidas perto de uma mesquita xiita em Bagdá, novo sinal de que o Iraque está voltando a mergulhar em uma violência cega a nove semanas da retirada das tropas americanas.

O duplo atentado deixou, além disso, 125 feridos, por volta do meio-dia (6h de Brasília), pouco antes do início da grande oração de sexta-feira, enquanto fiéis se dirigiram ao mausoléu do imã Moussa al-Kadhim, no bairro de Kadhimiyah, no norte de Bagdá.

"Um camicase explodiu a carga que carregava perto de um grupo de peregrinos iraniano enquanto outro ativou seu cinturão de explosivos num mercado das redondezas", declarou um dos feridos internado em um hospital de Kadhimiyah.

"Segundo nossos dados, 55 pessoas foram mortas, entre elas 20 peregrinos iranianos, e 125 foram feridas, das quais 80 iranianas", disse à AFP uma fonte do ministério da Defesa. Um responsável do Interior falou em 60 mortos, dos quais 25 iranianos, e confirmou o número de feridos. "A maioria das vítimas estava indo rezar", disse.

A zona foi inteiramente cercada pelas forças de segurança, que interditam os jornalistas de se aproximarem do local da carnificina. Este foi o ataque mais sangrento em Bagdá desde março de 2008 e o segundo atentado que atingiu em 24 horas peregrinos iranianos, que vão em centenas de milhares todo ano visitar os lugares sagrados dos xiitas no Iraque.

O mausoléu do imã Moussa al-Kadhim é um dos lugares mais reverenciados pelos xiitas. Este novo atentado eleva a mais de 140 o número de mortos nos atentados nas últimas 24 horas.

Desde o início do mês, mais de 250 pessoas morreram e cerca de 650 foram feridas, confirmando a intensificação dos ataques sangrentos registrados desde fevereiro. Quinta-feira foi o dia mais sangrento, há mais de um ano com a morte de pelo menos 87 pessoas nos três atentados suicidas.

Um camicase explodiu sua carga num restaurante de Mouqdadiyah, a 100km ao norte de Bagdá. O telhado desabou, matando ao menos 56 pessoas, das quais 52 peregrinos iranianos, e ferindo outros 63. Este ataque foi o mais sangrento desde o início do ano no Iraque.

Além disso, um dos chefes de uma milícia aliada aos americanos e duas outras pessoas foram mortas durante a madrugada na mesma província de Diyala, da qual Baaquba é a capital. No leste de Bagdá, um camicase vestido com a tradicional abaya negra se infiltrou entre as mulheres e crianças reunidas para a distribuição de comidas da polícia.

O atentado deixou 28 mortos e 52 feridos. As vítimas são policiais e refugiados. A quinta-feira foi marcada pelo anúncio por um porta-voz da segurança em Bagdá da prisão de Abu Omar al-Bagdadi, suposto chefe da Al-Qaeda no Iraque. Até agora, no entanto, o Pentágono não quis confirmar esta captura.

A situação melhorou nitidamente em termos de segurança no Iraque em dois anos, graças ao recrutamento em massa pelas forças americano-iraquianas de milícias formadas de ex-insurgentes, conhecidos pelo nome de "Sahwa".

No entanto, as regiões de Mossul, Bagdá e Baaquba continuam sendo palco de violências sangrentas.




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