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A troca de insultos pessoais ocorrida ontem (23) no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) entre o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa não foi a primeira discussão pública protagonizado por ambos. Em setembro de 2007, quando os ministros da Corte analisavam a constitucionalidade de benefícios concedidos a servidores do estado de Minas Gerais, Barbosa discordou de Mendes ter pedido nova votação sobre o tema, em virtude da ausência de um ministro em um primeiro julgamento.
"Ministro Gilmar, me perdoe a palavra, mas isso é jeitinho. Nós temos que acabar com isso", disse Barbosa à época.
A expressão usada pelo colega irritou Mendes e deu início a um inusitado debate sobre quem teria condições de dar lição de moral ao outro. A partir daí, o tom adotado por ambos foi bem semelhante à discussão de ontem.
"Vossa Excelência (Joaquim Barbosa) não pode pensar que pode dar lição de moral aqui", respondeu Gilmar.
Quando Barbosa ressaltou que sua intenção não era dar lição de moral, Mendes acrescentou: "Vossa Excelência não tem condições". Ouviu então um questionamento de Barbosa, que encerrou o duelo verbal: "E Vossa Excelência (Gilmar Mendes) tem?"
Outra demonstração de pavio curto por parte de Barbosa foi dada no fim do ano passado, em julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele se revoltou com um pedido de vista do ministro Arnaldo Versiani, que adiou para este ano a conclusão do processo de cassação do agora ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima.
"É um escândalo o governador ficar no exercício do cargo há 14 meses por liminar. A decisão da Corte no dia 27 foi estapafúrdia. É momento desta Corte encerrar o julgamento deste caso de uma vez por todas. Ou absolvemos ou removemos (o governador) de vez do cargo. Essas manobras nos envergonham", afirmou Barbosa na ocasião. No intervalo daquela sessão, o ministro foi embora do tribunal.
Em 2004, o ministro do STF Marco Aurélio Mello chegou a chamar Barbosa para um "duelo" do lado de fora plenário, após outra discussão.
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