Presidente dos EUA admitiu que tarefa não será fácil, mas insistiu que "não devemos cruzar os braços"
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu neste domingo, em Praga (República Checa), trabalhar por um mundo sem armas nucleares, denunciou o "fatalismo" diante da proliferação e pediu sanções à Coreia do Norte por ter lançado um foguete, em um discurso muito esperado.
"Os Estados Unidos, como única potência nuclear a ter usado a arma nuclear, tem a responsabilidade moral de atuar", disse Obama, referindo-se às bombas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki que colocaram fim à 2ª Guerra Mundial em 1945.
"Não podemos ter êxito fazendo este esforço sozinhos, mas podemos liderá-lo", acrescentou, na abertura da primeira Cúpula EUA-União Europeia de seu mandato, realizada na capital tcheca.
Obama disse que pretende obter rapidamente o fim dos testes nucleares e confirmou sua intenção de buscar a aprovação no CTBT (Senado do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, na siglas em inglês). O presidente defendeu, além disso, uma cúpula mundial sobre a segurança nuclear, para o próximo ano.
Obama admitiu que não será fácil obter um mundo sem armas nucleares, mas insistiu que "não devemos cruzar os braços". "Não sou ingênuo, a meta não será atingida rapidamente, pode ser que eu não a veja ser atingida em vida", declarou.
"Alguns dizem que a propagação destas armas não pode ser detida, este fatalismo é um adversário mortal", acrescentou Obama.
Obama, que foi acordado hoje às 4h30 GMT para ser informado do lançamento de um foguete norte-coreano que aparentemente sobrevoou o Japão, pediu que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em reunião de emergência convocada para este domingo, dê uma resposta firme a esta "provocação".
"Esta provocação põe em relevo a necessidade de atuar, não só esta tarde no Conselho de Segurança da ONU, mas também com a determinação de prevenir a proliferação dessas armas", destacou. "As normas devem ser acatadas, as transgressões devem ser castigadas, as palavras devem ter algum significado", disse Obama.
Obama já havia anunciado sua posição ante a Coreia do Norte após se reunir com o presidente e com o primeiro-ministro tchecos, Vaclav Klaus e Mirek Topolanek, respectivamente.
Obama prometeu ainda seguir adiante com o projeto de instalar elementos de um escudo antimísseis na República Tcheca e na Polônia, alegando que será uma defesa contra qualquer ataque iraniano e não um gesto agressivo com a Rússia, como diz Moscou.
Obama se comprometeu ainda em liderar a luta contra a mudança climática, modificando neste sentido a política de George W. Bush. "Agora os EUA estão preparados para liderar este esforço mundial", acrescentou, sem anúncios concretos.
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