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Conselho de Segurança da ONU não adota texto sobre Coreia do Norte

Não houve acordo sobre um texto condenando o lançamento do míssil; negociações prosseguem

Da AFP
05/04/2009 | 09:51
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas concluiu sua sessão deste domingo sem chegar a um acordo sobre um texto condenando o lançamento de um míssil de longo alcance por parte da Coreia do Norte, mas decidiu prosseguir com as negociações, segundo fontes diplomáticas.

"Os membros do Conselho de Segurança concordaram em prosseguir com as consultas sobre que ações tomar", disse o embaixador do México, Claude Heller, que preside o órgão no mês de abril, ao final de três horas de discussões a portas fechadas.

A reunião, convocada a pedido de Estados Unidos e Japão, foi precedida de um apelo de Washington para uma vigorosa ação conjunta como resposta a Pyongyang.

A representante americana na ONU, Susan Rice, disse que o encontro era uma oportunidade para se obter um acordo sobre uma "forte ação coletiva" para responder ao disparo do míssil, que Estados Unidos, Japão e União Européia consideraram um "ato de provocação".

Antes da reunião, a França também reprovou "fortemente" o disparo e seu embaixador na ONU, Jean Maurice Ripert, disse esperar do Conselho uma condenação unânime a "esta provocação e violação da lei internacional."

O lançamento do míssil, um Taepodong-2, foi qualificado pelo presidente americano, Barack Obama, de "uma clara violação da resolução 1718 do Conselho de Segurança, que proíbe expressamente a Coreia do Norte de realizar atividades relacionadas a mísseis balísticos".

Obama classificou o disparo de "provocação" e disse que este "é o momento de dar uma resposta internacional forte". "A Coreia do Norte deve saber que o caminho da segurança e do respeito nunca será percorrido por meio de ameaças e armas ilegais."

A resolução 1718, adotada em outubro de 2006, após os disparos de mísseis no dia 5 de julho e do teste nuclear realizado em 9 de outubro do mesmo ano, exigia o fim das provas nucleares e dos tiros de mísseis balísticos, e proibia o fornecimento de material ligado a estes programas e a outras armas.

A resolução 1695 do Conselho, de julho de 2006, condenava os testes de mísseis realizados em 5 de julho e proibia a transferência de elementos passíveis de emprego na construção de mísseis balísticos e de outras armas de destruição em massa.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lamentou que Pyongyang tenha ignorado os apelos internacionais para não realizar o teste.

"Devido à volatilidade na região (...) tal lançamento contraria os esforços para promover o diálogo, a paz regional e a estabilidade", disse Ban Ki-moon em um comunicado.

Os diplomatas de China e Rússia, ambos com direito a veto no Conselho de Segurança, tem o poder de bloquear qualquer iniciativa dos Estados Unidos ou de seus aliados para a adoção de novas sanções contra Pyongyang.

Segundo diplomatas ocidentais, que pediram para não ser identificados, o Conselho poderá adotar uma resolução ou emitir um comunicado reafirmando as sanções já em vigor contra a Coreia do Norte.




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