Agilizar o processo de entrada e saída de mercadorias que serão enviadas ao Exterior ou que vão ingressar no País. Esta é a função do software de logística desenvolvido pela Sisplan, empresa de São Caetano que atende metade dos 60 portos-secos existentes no Brasil, incluindo um de Santo André. Além disso, controla alguns cais dos portos de Santos, Rio de Janeiro, Paranaguá e Vitória.

Os portos-secos são zonas secundárias que antecipam o processo de embarque e desembarque. A ferramenta favorece empresas, facilitando a verificação antecipada do pagamento de taxas que foram pagas, se há alguma pendência documental ou com ministérios, e, dessa maneira, desafogando os portos. E é o sistema da Sisplan que realiza esse check-list. Para se ter uma ideia, o gerenciamento do desembaraço de mercadorias demanda cerca de R$ 500 mil para ser instalado, fora a manutenção. No caso dos portos e aeroportos, chamados de zonas primárias, o investimento é o dobro. Segundo Mário Bartolleti Jr., diretor da Sisplan, existe ainda um novo contrato, cujo valor não é revelado - apenas que é de mais de seis dígitos -, com uma transportadora que opera no porto de Santos. "Vamos controlar um cais para entrada e saída de commodities".

CRISE - Quando eclodiu a crise financeira internacional, em outubro do ano passado, a Sisplan caminhou na contramão. Por um lado, a economia mundial começava a desacelerar e já amedrontava com a possibilidade de recessão. Por outro, a empresa adquiriu novos clientes e os que já faziam parte da carteira melhoraram seus sistemas integrando a recepção de cargas entre países exportadores e importadores.

Além disso, Bartolleti Jr. conta que muitos passaram a investir na rastreabilidade das cargas, "controlando quanto tempo ficaram armazenadas, se já foram embarcadas, se já chegaram ao destino e quando". O resultado foi um incremento de 10% no faturamento anual.

Na opinião do executivo, embora as exportações tenham retraído seu volume no mundo todo, "houve um aumento muito significativo durante 2008, portanto o saldo ainda é positivo, já que o Brasil é o principal exportador de carne, papel e celulose e o segundo de frango".