Único vereador declaradamente oposição ao governo do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), Manoel Lopes (DEM) não enxerga a bancada do PMDB na Câmara como contrária à administração petista, como defende a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB).
Passados quase três meses da atual legislatura tomar posse, Manoel não titubeia quando indagado se conta com a bancada peemedebista - formada por Edgard Grecco, Sandra Regina e Jair da Farmácia - para o papel de oposição à gestão Donisete. "Não vejo o PMDB como oposição. De jeito nenhum. Continuo afirmando que oposição tem nome na cidade: Manoel Lopes", enfatiza.
O democrata foi o único vereador a usar a tribuna para se declarar como oposição ao petismo neste ano. Outros parlamentares que poderiam assumir papel semelhante ainda não levantaram essa bandeira. Mesmo pertencendo a um partido historicamente rival ao PT, Jotão (PSDB) não se pronunciou sobre seu posicionamento na Câmara, ao mesmo tempo em que Ivan Gomes, o Batoré (PP), endossa a postura independente.
Enquanto isso, a atuação da ala do PMDB no Parlamento municipal é um tema que gera discordância dentro do próprio partido em Mauá. O diretório municipal, impulsionado por Vanessa Damo, enfatiza discurso de oposição ao governo de Donisete. O trio de parlamentares, porém, adota o termo "independência" no discurso e pede 100 dias para avaliar as ações do Paço.
Crítico ferrenho do PT em Mauá, Manoel esteve ao lado de Vanessa na última eleição municipal, porém, a aliança naufragou após outro trunfo do petismo. Em seguida, Donisete conseguiu costurar um cenário amplamente favorável na Câmara, a ponto de articular para o vereador Paulo Suares (PT) assumir a presidência da Casa por unanimidade entre os 23 legisladores e ter os petistas Wagner Rubinelli e José Luiz Cassimiro no comando das comissões de Justiça e Finanças, respectivamente.
Nesse cenário, o PMDB fez parte das negociações com PT, tendo o vereador Edgard Grecco como primeiro secretário da mesa diretora e Sandra Regina como componente da Comissão de Justiça.
O episódio deflagrou o isolamento de Manoel na oposição ao Paço, quando o democrata, junto com Batoré, se candidatou para integrar as duas comissões mais estratégicas do Legislativo, mas ficou sem apoio da bancada peemedebista. Ironicamente, os dois receberam, por acidente, o sufrágio de Jair na votação da Comissão de Justiça, erro que não se repetiu para o setor de Finanças.
"O meu teste para ver se teria apoio do PMDB, eu fiz. Nem pedi voto, da mesma forma que não pediram votos para apoiá-los (na mesa diretora e Comissão de Justiça", lamenta.
Apesar da falta de adesão do PMDB na Câmara, Manoel avalia o cenário como normal. O democrata acredita que após 100 primeiros dias de governo a relação entre Paço e Legislativo pode sair da situação tão estável para o governo, uma vez que os vereadores passarão a cobrar mais o Executivo.
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