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Acordo aumenta controle do Governo dos EUA no Citigroup
Da AFP
27/02/2009 | 09:53
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O governo dos Estados Unidos terá uma participação de US$ 25 bilhões no banco Citigroup ao converter em ações ordinárias as ações preferenciais que possui, informou nesta sexta-feira um comunicado do Tesouro americano.

O governo trocará por ações ordinárias as ações preferenciais que obteve em contrapartida de uma ajuda ao banco de US$ 45 bilhões, mas que não lhe davam direito a voto. O Citi e as autoridades federais chegaram a um acordo que implicará mudanças no conselho de administração.

De acordo com a edição on-line do jornal Wall Street, citando pessoas próximas ao caso, esta tomada de participação constitui uma nacionalização parcial entre 30 e 40% do capital de Citigroup.

Esta operação destinada a estabilizar o capital de uma instituição muito estabelecida no mercado "não representa um aumento do investimento do Tesouro no Citigroup", destaca a nota oficial.

Em virtude do acordo anunciado na manhã desta sexta-feira, o governo americano vai converter os US$ 25 bilhões de ações preferenciais que possui em ações ordinárias, para tentar restabelecer a confiança no grupo bancário. Em contrapartida, as autoridades concederão uma ajuda de US$ 45 bilhões, que não lhes dará um direito de voto, segundo um comunicado do Tesouro.

O governo impôs como condição para a realização da operação que outros investidores privados também transformassem suas ações preferenciais.

Em outro comunicado, o Citigroup destacou que vários investidores, entre os quais o fundo soberano do Estado de Cingapura, aceitaram a troca proposta pelo banco.

Além disso, o Tesouro lembrou em seu comunicado que outra condição para sua participação era o remanejamento do conselho de administração, que deverá ser formado por uma maioria de investidores independentes.

Richard Parsons, presidente do conselho de administração do Citi, afirmou nesta sexta-feira em comunicado que "o conselho receberá uma maioria de administradores independentes assim que for possível".

Esta concessão foi exigida para compensar o fato de que o investimento dos contribuintes no capital do banco é mais arriscado sob a forma de ações ordinárias do que de ações preferenciais, que dão um lucro consequente.

Contudo, o cargo do diretor-geral, Vikram Pandit, não seria ameaçado.

A perspectiva desta operação tinha se desenhado com as primeiras revelações do Wall Street Journal, já na noite de domingo passado.

Desde então, o governo de Barack Obama havia afirmado suas intenções neste tipo de caso, mas em termos gerais.

Assim, o Tesouro tinha aberto a porta a processos de nacionalização parcial, mas sonmente como último recurso, e a título provisório.

"Se Washington tiver que intervir, qualquer capital do Estado consistirá em ações preferenciais obrigatoriamente conversíveis, que só serão transformadas em ações ordinárias se for necessário para manter os bancos numa posição bem capitalizada", havia explicado o Tesouro. Tal eventualidade aconteceria se o setor privado não trouxesse o capital suplementar necessário, e somente a pedido do banco envolvido.

O Tesouro havia ressaltado que o Estado somente pretendia ser um acionista de referência a título provisório, pois "nossa economia funciona melhor quando as instituições financeiras são bem administradas pelo setor privado".

O Wall Street Journal destacou que ainda existiam pontos opacos no acordo com o Citigroup, principalmente sobre o preço pelo qual as ações preferenciais seriam convertidas em ações ordinárias. Algumas fontes do jornal mencionaram um preço de 5 dólares exigido pelo banco, mais duas vezes superior ao fechamento de quinta-feira (2,46 dólares).




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