Esportes Titulo Nicolas Costa
Prome$$a limitada por tendência
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/03/2013 | 10:00
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O brasileiro está mal-acostumado com a Fórmula 1. Os oito campeonatos conquistados por Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna entre as décadas de 1970 e 1990 deixaram o público tupiniquim mimado. No entanto, desde a morte do último, em 1994, apesar dos bons resultados de Rubens Barrichello e Felipe Massa, e da esperança depositada sobre Nelsinho Piquet, Bruno Senna e outros, nenhum piloto caiu nas graças da galera. E no meio deste cenário de incertezas sobre o futuro do automobilismo nacional, um nome desponta como possível motivador para voltar a acordar cedo aos domingos: Nicolas Costa.

Envolto a uma realidade amplamente comercial, na qual o investimento e os patrocínios por vezes falam mais alto do que a habilidade e potencial dos pilotos - caso do baiano Luiz Razia, que perdeu a vaga na Marussia pelo fato de um de seus investidores não ter depositado o dinheiro -, o carioca de 22 anos, atual campeão europeu e italiano da Fórmula Abarth, está cada vez mais envolvido com a F-1 e em breve pode surgir com seu capacete verde, azul e branco em um dos cockpits da categoria.

"Não sei se o dinheiro é o mais importante, mas independentemente de onde venha, tem importância muito grande. Mas os resultados também são. Por mais dinheiro que tenha, no fim das contas tem que ter resultado. Isso agora chega à F-1 porque é tendência desde a categoria de base: pagar para entrar, seja você quem seja", destacou o piloto.

Nicolas tem sofrido com problema semelhante para disputar a GP3 nesta temporada. Os trâmites entre ele e a Marussia - que também tem time na classe inferior - são reais, mas esbarram nas limitações financeiras. "O que falta é um patrocinador. Mas, se tudo der certo, vamos fechar", projetou o piloto. Ainda restam duas vagas nos cockpits da escuderia russa à temporada 2013 da GP3.

Por ora, o piloto é tratado como aposta. Mesmo assim, por carregar uma nacionalidade com retrospecto tão vencedor no automobilismo e que há algum tempo carece de pilotos vencedores na F-1, explica que acaba pressionado. "Com certeza existem cobranças em cima, mas a principal é a minha. Me cobro muito para ser competitivo. Mas ao mesmo tempo tento estabelecer metas realísticas, porque não existe mágica, porque é muito difícil (subir direto à F-1), é raro de acontecer."

Nicolas coleciona títulos desde 2002, nos tempos de kart, mas foi em 2010, quando conquistou a Fórmula Futuro - categoria criada por Felipe Massa - que ganhou status, fama e um trampolim à carreira: uma vaga na Academia de Pilotos da Ferrari, onde passou a temporada seguinte no programa de desenvolvimento de pilotos.

"Não fosse a Fórmula Futuro, hoje não estaria onde estou", exaltou Nicolas Costa, que destacou o ano na escuderia do cavalo rampante como especial. "Me fez crescer e amadurecer muito como piloto e como atleta em geral, pois desenvolvi treino físico e mental."

E em 2012, com seis vitórias, 15 pódiuns e pontuando em 23 das 24 corridas, foi campeão europeu e italiano da Fórmula Abarth (monoposto). Nessa mesma temporada, ainda foi convidado para ir à sede da McLaren e para testar carro da Marussia (GP3). "Foi melhor do que eu esperava pela falta de experiência com o carro, pista e em relação aos outros pilotos", contou.

Tal ascensão parece que invariavelmente vai levar o jovem carioca a trilhar pelas pistas de F-1. "É o grande sonho de todo moleque. Todo o glamour, a competitividade. Uma vez que o vírus entra em você, não sai mais. Pouco a pouco estou mais perto."

Perfil:

Nome: Nicolas Costa

Idade: 22

Nascimento: Rio de Janeiro

Website: www.nicolascosta.com.br

Twitter: @NicolasCosta99

Facebook: www.facebook.com/nicolas.costa.146

Instagram: não possui




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