"É chegado o momento de o PT iniciar um novo diálogo com a sociedade de São Caetano." O conteúdo da frase proferida ontem pelo vereador petista Edgar Nóbrega passaria despercebido, não fosse a consequência desejada pelo parlamentar: unir no pleito de 2012 PT e PTB, duas siglas historicamente rivais na cidade.

 "Há possibilidade de construir uma candidatura para a cidade semelhante a do (prefeito petista Luiz) Marinho para São Bernardo. Se lá o PTB é vice do PT, por que aqui não pode ser? Ou o contrário?", vislumbra Nóbrega, que não pretende disputar outra vez uma vaga no Legislativo.

 A mudança de postura do PT, mais aproximado com o governo de José Auricchio Júnior (PTB), já começa a render frutos para que a proposta ambiciosa se torne realidade. Ontem, antes da primeira sessão legislativa ordinária do ano, os parlamentares da situação estiveram reunidos com o chefe do Executivo. Pela primeira vez nas duas gestões do petebista Nóbrega foi convidado para a conversa - esteve ausente apenas Gilberto Costa que não foi convocado.

 O petista avalia que o alinhamento com o governo é salutar para atingir o objetivo. "Durante 25 anos adotamos caminho diferente, o que não tem se demonstrado correto. Por que não tentar uma outra alternativa?", indaga, ao ressaltar a "abertura da administração para construírmos um caminho juntos".

 O motivo para a nova conduta do PT, por meio de seu mandato parlamentar, é embasado nos resultados obtidos pela legenda nas sete eleições municipais disputadas desde 1982. "Se é verdade que nosso caminho era o correto, teríamos logrado algum êxito político efetivo. Sempre terminamos como campeão moral apenas. Temos de nos preparar para governar a cidade, começando a apresentar uma agenda para o município", avaliou Nóbrega, condenando a antiga postura do PT "reativa e negativa, de reclamações".

 Confiante no sucesso do projeto, o petista observou que nos quatro anos que antecedem o próximo pleito municipal irá angariar "apoios demais". "Não significa desde já que haverá candidatura conjunta. Mas uma parte do governo pode escolher o candidato do PT e outra o indicado por Auricchio. Não está nada fechado. Ainda é cedo para falar de campanha política", concluiu.

 COMISSÕES - Ontem foram definidos os integrantes das duas comissões permanentes da Câmara. Flávio Rstom (PTB) presidirá o grupo de Justiça e Redação, com Maurício Fernandes (PSB) de vice e Gilberto Costa (PP) secretário. Joel Fontes (PMDB) comandará Finanças e Orçamento, com Maurilio Pompilio (PV) vice e Jorge Salgado (PTB) secretário. Os 12 vereadores da Casa têm função específica. Além dos seis componentes das comissões, são quatro na mesa diretora e dois na liderança de governo (líder e vice).