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Marinho diz não se importar com impasse

Prefeito de São Bernardo afirma estar despreocupado com imbróglio jurídico das comissões permanentes

Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
03/02/2009 | 07:00
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou ontem não estar preocupado com o impasse vivido na Câmara desde que a eleição para representantes das 15 comissões permanente foi suspensa pela juíza Maria Laura de Assis Moura Tavares, da 1ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo.

 A suspensão impede que os projetos enviados ao Legislativo sejam analisados pelos parlamentares, já que as comissões são responsáveis por emitirem pareces antes de as propostas chegarem ao plenário. No dia 1º de janeiro, houve empate em 10 votos para as funções de presidente, vice, secretário e suplente de 14 grupos de avaliação.

 O desempate ficou a critério do presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), que votou ao lado dos governistas. Os partidos oposicionistas PSB, PSDB e PMDB ficaram sem representatividade em comissões como as de Constituição, Justiça e Redação e Finanças e Orçamento, por exemplo. Na Justiça, vereadores oposicionistas pediram que o desempate ocorresse no sorteio.

 "Eu não me preocupo com isso", disse o chefe do Executivo, ao ser questionado sobre a possível dificuldade em conseguir a governabilidade com a Câmara rachada. Esta é a mesma opinião do vereador Wagner Lino (PT). "A verdade é que estamos ainda vivendo o calor das eleição. Além disso, acredito que a Justiça dará uma sentença final antes da primeira sessão (que ocorre amanhã)."

 TENSÃO - Wagner Lino considera normal que haja tensão nos primeiros meses de governo. "Haverá uma acomodação. Pode ter certeza que os projetos serão de interesse da população e por isso terão apoio de todos os vereadores".

 Mas a ‘esnobada' do prefeito não agradou a oposição. "Ele deveria estar muito preocupado, porque precisa de 11 votos para aprovar projetos e o presidente só vota em caso de empate", afirmou o vereador Antônio Cabrera (PSB). Dos 21 vereadores, 11 são da base de sustentação do governo Luiz Marinho.

 O parlamentar não acredita que a decisão definitiva saia antes da primeira sessão. "Ela (a Justiça) vai entender que o regimento interno não foi respeitado". Admir Ferro (PSDB) tem a mesma opinião. "A governabilidade está garantida a partir da hora que o presidente vai rever o critério de desempate. Agora se eles insitirem nesse assunto, nem sei o que pode acontecer. Acho que é motivo de preocupação, sim", rebateu o tucano.

 Lino assegurou não houve descaso do prefeito na afirmação: "Ele acompanha passo-a-passo o que acontece na Câmara. Apesar de o Executivo e o Legislativo serem poderes distintos, interessa muito a composição".

 Apesar de naõ reconhecer publicamente, Marinho está tão preocupado com a governabilidade que nomeou o vereador Antônio Carlos da Silva, o Toninho da lanchonete (PT), como secretário de Obras para que Wagner Lino saísse da suplência e reconquistasse o cargo de vereador. O objetivo é que ele assuma a articulação do governo com os vereadores.




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