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Sobrevida de Oswaldo Dias depende de Donisete Braga

Grupo do ex-prefeito visa manter comando do PT de Mauá

Bruno Coelho
do Diário do Grande ABC
15/03/2013 | 07:58
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Prefeito de Mauá em três oportunidades (1997 a 2000, 2001 a 2004 e 2009 a 2012), Oswaldo Dias (PT) reconhece que o filho e presidente do PT local, Leandro Dias, precisará do aval do atual gestor municipal, Donisete Braga (PT), caso queira prosseguir no comando do petismo mauaense. O nome do atual mandatário, porém, não chega a ser unanimidade dentro do partido.

Sem mandato de prefeito, Oswaldo admite o enfraquecimento do seu grupo político em Mauá. Para o ex-gestor, Donisete deve ter voz ativa nas discussões partidárias e influenciará na decisão do PED (Processo de Eleições Diretas) para a escolha do novo presidente do PT. "Acho que pode existir (participação de Donisete nas discussões do PED). A tendência é o prefeito ter voz ativa no partido. Então, é importante qualquer candidato ter o aval dele", discorreu.

As discussões em torno do PED ainda estão em fase inicial. Mesmo assim, a manutenção de Leandro parece pouco plausível, pois existe insatisfação de alguns integrantes quanto à sua passagem na direção do partido, sob a justificativa de que o mandatário não deu dinamismo à legenda e deixou de promover debates internos.

Apesar de ter braços na gestão Donisete, com Lairce Aguiar na direção da Secretaria de Educação e Mariângela Secchi Pereira na Pasta de Administração e Modernização, o ex-prefeito e seu braço-direito, o vereador José Luiz Cassimiro (secretário de Governo na administração anterior), tiveram redução de seus apadrinhados no Paço mauaense. Hoje, são cerca de 30 comissionados sob influência do ex-prefeito.

"Quando ocupa um cargo de prefeito, natural que o grupo em torno dele tenha uma quantidade maior de cargos (na Prefeitura). Creio que evidentemente todos queremos mais espaço (no governo)", reconhece Oswaldo.

De certo modo, a perda de influência na administração municipal torna os passos seguintes do bloco de Oswaldo dentro do PT mauaense uma incógnita. Embora tente desvincular situações relacionadas ao Paço com debates internos da legenda, o petista é enigmático. "O partido não compõe com a administração pública, mas não se contrapõe. Acho que está tudo em aberto. Não há nada fechado. Seguiremos conversando", avaliou.

Por ora, o discurso dos petistas é ter candidato de consenso à presidência do PT. Mas nenhum nome se desponta até o momento. Na composição dos delegados, o partido hoje contempla as alas de Oswaldo, Donisete, Rogério Santana, Paulo Eugenio Pereira Júnior e outros grupos independentes. De volta ao petismo, o bloco do vereador Wagner Rubinelli também pleiteará representatividade na futura composição do diretório municipal.

 

SEM RETORNO

Diferentemente dos ex-prefeitos João Avamileno (PT, Santo André), Maurício Soares (PT, São Bernardo) e José Augusto da Silva Ramos (PSDB, Diadema), Oswaldo rechaça a possibilidade de um dia retornar ao Paço como integrante do governo Donisete. "Nunca achei um ex-prefeito trabalhar numa administração depois que sai. Não acho legal", resumiu o petista, que prefere agir como conselheiro do atual prefeito e garante que seguirá ativo nas discussões partidárias.




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