Economia Titulo
Em 30 dias, região pagou R$ 478 milhões em impostos

Brasileiro já pagou R$ 100 bi em impostos no mês de janeiro; arrecadação está acima da média mundial

Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
30/01/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Com a arrecadação tributária acima da média mundial, o Brasil atinge hoje, às 7h45, a marca de R$ 100 bilhões em impostos coletados somente no mês de janeiro. A população da região colabora com 0,47% desse montante. Juntas, as sete cidades do Grande ABC somam R$ 478 milhões em impostos.

 Fortemente contestada pelos setores produtivo e comercial, a carga tributária brasileira tira a paz de empresários da região. "Os impostos excedem a nossa capacidade de contribuição", lamenta Sidnei Muneratti, presidente eleito da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). Nem mesmo a crise financeira foi capaz de aliviar o peso das contribuições sobre o brasileiro.

 Medidas recentes do governo federal vieram para alívio de poucos. "Seria bastante razoável que tivéssemos acesso às reduções que chegaram ao setor automotivo", afirma Muneratti. "Esse ônus compromete o crescimento de qualquer setor da economia nacional."

 O retorno dos valores pagos na forma de impostos, no entanto, não acontece na medida adequada, segundo Odair Paulino, presidente Acid (Associação Comercial Industrial Diadema), "Se a população precisa de médico, tem de pagar convênio, para ensino de qualidade é preciso pagar escola particular. Os governos não são cobrados na mesma medida em que cobram", afirma.

 Por outro lado, empreendedores também não se beneficiam. Paulino lembra que um terço do faturamento das empresas vai para os cofres do governo. "Fica difícil criar empresas e empregos com a arrecadação maior que o crescimento da economia nacional", comenta lembrando da alta de 7,68% no volume arrecadado pelo governo em 2008. "Ferramentas como o impostômetro ajudam a pressionar o governo, pois mostram o volume de impostos para a população."

 IMPOSTÔMETRO - Desenvolvido por uma parceria entre o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) e a Associação Comercial de São Paulo em 2005, o Impostômetro utiliza a previsão de arrecadação anual dos municípios como base de cálculo. Nela estão inclusos os valores recolhidos com tributos federais, estaduais e municipais. "A idéia é trabalhar com a conscientização e, consequentemente, a cobrança", afirma João Eloi Olenike, diretor técnico do IBPT.

 Olenike explica que o painel instalado no centro de São Paulo gera indignação. "Contra números não há argumentos e a população envia recados de indignação pelo site (www.impostometro.com.br). Políticos, no entanto, não se mostram incomodados."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;