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Vestuário e beleza lideram abertura de empresas

Das 22.331 empresas registradas em 2012 na região, 3.352
referem-se a essas atividades; as informações são da Jucesp

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
15/03/2013 | 07:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Comércios de roupas, cabeleireiros e atividades de estética e outros serviços de beleza estiveram no topo das preferências dos empreendedores que abriram negócio na região no ano passado. Das 22.331 empresas registradas em 2012 (5% a mais que em 2011), 3.352 referem-se a essas atividades. Os dados foram divulgados ontem pela Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo).

O cabeleireiro Eli Augusto Mariano Gemelgo começou a atuar no segmento há sete anos, com mais três profissionais. Há quatro anos, ele se formalizou e tornou-se empreendedor individual. Com o faturamento crescendo - o valor máximo permitido para integrar a figura jurídica é de R$ 60 mil anuais, ou R$ 5.000 mensais - e alcançando R$ 10 mil por mês, ele se viu obrigado a abrir uma empresa maior. Junto com mais dois sócios e, ao todo, 14 funcionários, o salão Studio Voyage abriu as portas em Santo André em março do ano passado e, hoje, atinge receita mensal em torno de R$ 40 mil.

"O segmento de beleza era, há alguns anos, uma área promissora, do futuro. Hoje, é a área do presente", diz Gemelgo. "A nova classe média fez com que a gente expandisse o negócio. Com maior renda, as pessoas aumentaram a procura por serviços de qualidade." Com a demanda em alta, a oferta de serviços cresceu também. O número de clientes, que girava em torno de 80 a 150 por mês, quadruplicou para 600 a 700.

O presidente da Jucesp, José Constantino de Bastos Jr., afirma que o cenário do Grande ABC é semelhante ao da média estadual. "O setor de serviços tem crescido muito, principalmente porque o investimento para iniciar atividade é baixo até mesmo em comparação ao comércio e, principalmente, à indústria", justifica.

A consultora do escritório regional do Sebrae-SP Cintia Gomes Bertão complementa que essas são funções mais fáceis de serem desempenhadas, e que geralmente não requerem faculdade, o que encarece o processo. "A facilidade de ir ao Bom Retiro e ao Brás em busca de roupas para comercializá-las na região ajuda também. Afinal, é mais fácil vender roupas que produtos ortodônticos", exemplifica.

PORTE - Dos 22.331 novos negócios, 60,9% (13.604) são EIs (Empreendedores Individuais), ou seja, profissionais que pagam valores subsidiados de impostos (R$ 5 de ISS ou R$ 1 de ICMS) e encargos sociais (R$ 33,90 de INSS) para atuar na formalidade e ter direito a auxílio-saúde, licença-maternidade e trabalhar com máquina de cartões de débito e crédito. O restante (8.727) são MPEs (Micro e Pequenas Empresas), médias e grandes companhias. Bastos Jr. diz que a maior parte dos registros na Jucesp é de novas atividades, e não de profissionais que atuavam na informalidade.

"Essa é uma boa notícia, pois significa que o empreendedorismo está crescendo." Ele ressalta, porém, que no volume total de novos negócios, podem constar migrações de figuras jurídicas, de EI para MPE, por exemplo. Cintia destaca que o perfil do profissional de EI no Grande ABC é, normalmente, de mães que tiveram filhos e querem trabalhar em casa, para ficar perto deles, ou de pessoas que vivem em regiões periféricas e buscam desenvolver atividade para complementar a renda familiar.

 




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