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Construção estabiliza e emprego diminui na região
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
13/03/2013 | 07:13
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André Henriques/DGABC


 

O mercado imobiliário, do ponto de vista da oferta, passará por um período de estagnação. E o resultado será uma redução no estoque de emprego da indústria da construção no primeiro semestre. Esta é a estimativa da diretora adjunta para o Grande ABC do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo), Rosana Carnevalli. "Os lançamentos começaram agora (março) neste ano, e as obras iniciam, aproximadamente, em seis meses."

Os sinais deste cenário já estão apresentados no relatório de emprego na construção da região, do SindusCon-SP. O Grande ABC apresentou o pior desempenho entre todas as regionais estaduais da entidade. Com estoque de 47.873 empregados com carteira assinada no fim de janeiro, as sete cidades somaram redução de 346 postos em relação a dezembro.

Apenas a regional de Santos, entre os dez escritórios espalhados pelo Estado de São Paulo, acompanhou o resultado da região e teve redução de 118 posições. Por outro lado, todas as outras regiões tiveram incremento no número de empregados da indústria da construção. Na Capital, por exemplo, o número de contratados subiu para 5.066.

O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Mobiliário Solidariedade, Edison Luiz Bernardes, avaliou que o resultado negativo do emprego ocorre por dois fatores concomitantes. "Vários empreendimentos foram entregues, e as empresas demitiram. E por outro lado, as construtoras não começaram novos projetos", disse.

Ele não acredita que o cenário está sendo desenhado com perspectiva de queda contínua no emprego do setor na região. "É uma parada momentânea até que os empresários retomem as obras", explicou.

Rosana apresentou alguns aspectos do mercado do Grande ABC que estão diminuindo o otimismo dos empresários. Entre eles estão os altos preços dos terrenos. "Isso, muitas vezes, inviabiliza financeiramente as obras", destacou. Sobre o investimento para construir um prédio, seja residencial ou comercial, o construtor direciona 20% para o terreno, em média. Outros 30% são para mão de obra. "E só é viável, com base em estudos de redução de risco, quando a margem de lucro fica entre 15% e 20%", lembra Rosana.

Ela pontuou ainda que as novas leis de zoneamento dos municípios, instituídas nos últimos anos, diminuem o coeficiente de aproveitamento dos terrenos, o que reduz ainda mais a perspectiva de lucro. "Antes construíamos 15 andares em um terreno de 1.000 metros quadrados. Agora, em algumas cidades, só sete pavimentos".

São Caetano teve o maior número de demissões, com 681 postos. Diadema registrou a maior queda proporcional ao número de contratados, de 2,88%, e Santo André segurou a média e teve alta de 843 empregos.

 

 




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